Economia

Alta na tributação de importados não deve mexer com preço do etanol, diz setor

De acordo com representantes do setor sucroenergético, MP pode, contudo, provocar alguma restrição de oferta, mesmo que pontual, no início do ano que vem

Alta na tributação de importados não deve mexer com preço do etanol, diz setor
Sanção da Medida Provisória nº 668 deve ter pouco impacto sobre os preços do etanol Foto: ​TV Vitória

São Paulo – A sanção da Medida Provisória nº 668, que eleva as alíquotas PIS/Pasep e Cofins para produtos importados, deve ter pouco impacto sobre os preços do etanol, cuja tributação agora é de 11,75%. De acordo com representantes do setor sucroenergético ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a MP pode, contudo, provocar alguma restrição de oferta, mesmo que pontual, no início do ano que vem, quando o Centro-Sul do País, principal região produtora, estiver na entressafra.

“Dado o consumo crescente de etanol, pode ser que falte produto em janeiro e fevereiro (de 2016). Mas, neste momento, não vejo um grande impacto”, disse o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa. Para Tarcilo Rodrigues, diretor-executivo da comercializadora Bioagência, a nova alíquota representa “aumento de custo e pode tornar inviável a importação”. Mesmo assim, ele também avalia que os preços e o suprimento do biocombustível devem ser pouco afetados. “No Centro-Sul, os volumes já estão assegurados por contratos. E há espaço para produzir mais (anidro), se for necessário”, destacou.

No ano passado, com o imposto em 9,25%, o Brasil comprou em torno de 400 milhões de litros de etanol, segundo informações de mercado. A maior parte desse volume foi direcionada ao Norte/Nordeste que, ao contrário do Centro-Sul, tem “janela” e consegue arbitragem favorável para importação. Neste ano, porém, ainda não foi registrada nenhuma movimentação.

A MP foi sancionada ontem pela presidente Dilma Rousseff e se tornou a Lei 13.137. Além do etanol, houve ainda o aumento de PIS/Pasep e Cofins no caso de cervejas, chás, isotônicos, energéticos, chope e refrigerantes, conforme pretendia a Receita Federal. Com a medida e aumento da tributação de importados, o governo espera inicialmente uma elevação de R$ 1,19 bilhão ao ano na arrecadação, sendo R$ 694 milhões só em 2015.