Economia

América Latina volta a crescer liderada por Brasil e Argentina

As informações fazem parte do relatório "Ajuste Fiscal na América Latina e Caribe: Dores no Curto Prazo, Ganhos no Longo?"

Chile’s President Michelle Bachelet, Uruguay’s President Tabare Vazquez, Brazil’s President Michel Temer, Mendoza’s Governor Alfredo Cornejo, Argentina’s President Mauricio Macri, Paraguay’s President Horacio Cartes and Bolivia’s President Evo Morales (front row, L-R) alongside Peru’s Ambassador to the Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC) Luis Quesada, Colombia’s Commerce, Industry and Tourism Minister Maria Claudia Lacouture, Guyana’s Foreign Minister […]
Chile’s President Michelle Bachelet, Uruguay’s President Tabare Vazquez, Brazil’s President Michel Temer, Mendoza’s Governor Alfredo Cornejo, Argentina’s President Mauricio Macri, Paraguay’s President Horacio Cartes and Bolivia’s President Evo Morales (front row, L-R) alongside Peru’s Ambassador to the Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC) Luis Quesada, Colombia’s Commerce, Industry and Tourism Minister Maria Claudia Lacouture, Guyana’s Foreign Minister […]

O Banco Mundial divulgou hoje (17) documento em que afirma que as economias da América Latina e do Caribe estão voltando a crescer com força depois de seis anos de estagnação puxadas pelo crescimento do Brasil e da Argentina, as duas maiores economias sul-americanas. 

Os dados mostram que o crescimento brasileiro será de 2,4% em 2018 – previsão maior do que a do FMI, divulgada hoje, que foi de 2,3% – e de 2,5% em 2019.

As informações fazem parte do relatório “Ajuste Fiscal na América Latina e Caribe: Dores no Curto Prazo, Ganhos no Longo?”. Segundo o Escritório do Economista-Chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, o crescimento se deve a um ambiente externo favorável, incluindo o aumento dos preços das commodities, o crescimento dos Estados Unidos e o da China e a alta liquidez internacional.

O economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Carlos Vegh, destacou as reformas levadas adiante no país e afirmou: “Foram feitas reformas importantes no Brasil, talvez não com a velocidade que se esperava, mas houve reformas fiscais e reformas trabalhistas. A reforma da Previdência não foi aprovada, mas foi muito discutida, então creio que há um consenso entre todas as classes politicas de que a reforma da previdência deve ser feita.”

América Latina

Segundo o documento, a América Latina cresceu 1,1% em 2017 e deve crescer 1,8% em 2018 e 2,3% em 2019. Se fosse excluída a Venezuela, que passa por grave crise política, humanitária e econômica, as estimativas seriam de 2,6% em 2018 e 2,8% em 2019. A economia venezuelana teve uma queda abrupta em seu PIB real de 16,5% em 2016 e de 14,5% em 2017, com perspectivas para 2018 igualmente pessimistas, com queda em torno de 14,3%.

Na Argentina, as estimativas são de alta de 2,7% em 2018 e 2,8% em 2019 e, no México, crescimento de 2,3% e 2,5%, respectivamente. A América Central deve crescer 3,8% em 2018 e em 2019, já para o Caribe as estimativas são de alta de 3,5% em 2018 e 3,4% em 2019.

O relatório faz a ressalva de que após vários anos de baixo crescimento, a situação fiscal de muitos desses países é frágil: a dívida pública da região como um todo representa 57,6% do Produto Interno Bruno (PIB) latino-americano e quase todos os países da região fecharam 2017 com déficits fiscais.

O documento afirma que caso o Brasil conseguisse diminuir sua relação dívida pública sobre o PIB do número atual de 74% para 61,5%, poderia recuperar o grau de investimento, classificação de risco por agências estrangeira, em até dez anos. Isso se faria por meio de sucessivos superávits primários entre 2018 e 2028, começando com 7,5% neste ano e subindo para 5,8% a partir do ano que vem.

Segundo o Banco Mundial, períodos como o atual, de crescimento econômico, favorecem ajustes fiscais. Vegh afirma que “A persistência dos déficits e os altos níveis de endividamento podem colocar em risco os ganhos obtidos a duras penas nas últimas décadas, que ajudaram a reduzir a inflação, a pobreza e a desigualdade e a estimular o crescimento inclusivo”.