Economia

Aneel decide adiar publicação de resolução sobre risco hidrológico

Projeto de lei de conversão da medida provisória já sofreu alterações na votação na Câmara dos Deputados, em 10 de novembro e pode ser alvo de novas mudanças no Senado

Aneel decide adiar publicação de resolução sobre risco hidrológico
Agência decidiu aguardar a votação do projeto de lei de conversão da Medida Provisória 688 no Senado Foto: Divulgação

Brasília – O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta terça-feira, 17, que o órgão regulador não vai publicar a resolução a respeito da repactuação do risco hidrológico nesta semana. A agência decidiu aguardar a votação do projeto de lei de conversão da Medida Provisória 688 no Senado, prevista para esta quarta-feira, 18, e a sanção presidencial, sem data para ocorrer.

Segundo Rufino, a proposta aprovada pela Aneel em 3 de novembro foi feita conforme o texto-base da MP 688. No entanto, o projeto de lei de conversão da medida provisória já sofreu alterações na votação na Câmara dos Deputados, em 10 de novembro e pode ser alvo de novas mudanças no Senado. Também é possível que a presidente Dilma Rousseff decida vetar parte do que foi aprovado.

“Não foram alterações muito significativas (na Câmara), mas, de qualquer forma, elas podem fazer com que a nossa resolução não seja efetiva”, afirmou Rufino. Segundo ele, os deputados fizeram mudanças na proposta de repactuação para o mercado livre (ACL) e mudaram a destinação dos recursos do Proinfa, que seriam totalmente destinados ao mercado regulado (ACR), permitindo que parte fique com o ACL. “Tudo que vier a ser convertido em lei teremos que incorporar na resolução.”

Rufino disse ainda que também podem mudar os prazos para adesão à MP 688 por parte dos geradores e para desistência das liminares – respectivamente 4 e 14 de dezembro. Segundo ele, os agentes podem ficar receosos de aderir à proposta antes que ela seja efetivamente convertida em lei. “Claro que o governo tem todo o interesse em agilizar a sanção da MP, até em razão do leilão das hidrelétricas, mas os prazos serão reavaliados e revisitados”, afirmou.

Além de repactuar o risco hidrológico dos geradores, a MP 688 traz a cobrança de outorga para as usinas hidrelétricas antigas, cujas concessões não foram renovadas nos termos da MP 579/2012. Com a licitação, o governo pretende arrecadar R$ 17 bilhões, sendo R$ 11 bilhões ainda neste ano.