Economia

Aneel diz que esforço para reverter liminares sobre risco hidrológico continua

Na sexta-feira, a ação que protegia a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) dos efeitos do risco hidrológico foi derrubada no Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Aneel diz que esforço para reverter liminares sobre risco hidrológico continua
Foi a primeira liminar a cair e pode gerar um efeito dominó, pois é a que está na maior instância judicial Foto: Divulgação

Brasília – A força-tarefa do governo para derrubar as liminares de geradores que travam o mercado de energia vai continuar. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta terça-feira, 19, que o órgão regulador, em conjunto com a Advogacia Geral da União (AGU) e a Consultoria Jurídica do Ministério de Minas e Energia (MME), vai fazer um esforço para reverter todas as decisões judiciais que protegem produtores dos efeitos do risco hidrológico.

Na sexta-feira, a ação que protegia a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) dos efeitos do risco hidrológico foi derrubada no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foi a primeira liminar a cair e pode gerar um efeito dominó, pois é a que está na maior instância judicial.

Para Rufino, a decisão reforça o entendimento do governo a respeito do assunto. “Vamos trabalhar no sentido de reverter todas as decisões”, afirmou o diretor-geral. “Como o mérito das ações é o mesmo, achamos que temos grandes chances de sucesso.”

Dezenas de liminares ainda travam 40% do volume de contratos comercializados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e representam em torno de R$ 1 bilhão por mês em inadimplência. A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) e empresas como Cemig e Light também possuem liminares nesse sentido.

Ainda não há uma expectativa de quando o mercado deve retomar a normalidade. Em princípio, os associados da Abragel, que representa pequenas centrais hidrelétricas com dívidas relativamente pequenas, deveriam depositar os valores na próxima liquidação à vista. Porém, segundo Rufino, todos poderão pleitear o parcelamento de suas despesas.

O diretor-geral disse que a estratégia faz parte do esforço de reduzir a judicialização do setor elétrico. “Tentamos evitar ao máximo que a discussão administrativa siga o caminho judicial, embora não possamos eliminar essa possibilidade. Porém, faremos um esforço para reverter essas decisões”, explicou. “A Aneel já regulamentou a lei que repactua a questão do risco hidrológico. A questão se esgotou.”