Economia

Anuário de Óleo e Gás aponta que ES terá investimento de R$ 44 bilhões até 2030

Publicação da Federação das Indústrias do Estado faz um raio-x do setor de óleo e gás, com números e projeções para o futuro da exploração no Espírito Santo

Casagrande disse, no lançamento do Anuário de Óleo e Gás, que recursos da exloração devem financiar a transição energética. Crédito: Edu Kopernick
Casagrande disse, no lançamento do Anuário de Óleo e Gás, que recursos da exloração devem financiar a transição energética. Crédito: Edu Kopernick

O Espírito Santo terá investimentos superiores a R$ 44 bilhões até 2030 na indústria do óleo e gás natural. A informação está na 8ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Espírito Santo. O lançamento foi nesta terça (8), no Palácio Anchieta.

O documento é um trabalho do Observatório da Federação das Indústrias do Estado (Findes) e também vem recheado com informações. Nesse sentido, ele apresenta dados sobre geração de negócios, oportunidades bem como acompanhamento dos números relativos à cadeia de óleo e gás no Estado.

“É preciso falar de um setor que apresenta quase 30 mil empresas e que gera mais de 500 mil empregos formais no país. A Findes atua de uma forma muito intensa e qualificada para toda a cadeia competitiva desse setor, que sozinho representa 6% da economia. Bem como 25% da indústria do Estado e quase 3% da arrecadação do ICMS”, declarou o presidente da Findes, Paulo Baraona.

Atuamos para levar a inovação para dentro das indústrias e aumentar a competitividade de todas elas. Queremos que essa inovação cada vez mais venha daqui do nosso Estado. O Espírito Santo tem capacidade para ir muito além. Paulo Baraona, presidente da Findes

Mais investimentos em óleo e gás

O anuário aponta que o setor de óleo e gás gera cerca de 15 mil empregos no Estado em pouco mais de 600 empresas dedicadas à atividade. O gerente geral da Unidade de Negócios no Espírito Santo da Petrobras, Guilherme Sargenti, destacou a perspectiva sobre os recursos que empresa vai investir. Ou seja, só a gigante brasileira será responsável por R$ 35 bilhões para o Estado nos próximos cinco anos. 

“A Petrobras tem olhado para o Estado com muita atenção. Temos cada vez mais retomado as pesquisas e os investimentos em exploração dentro da área de petróleo aqui. Perfuramos no ano passado mais dois poços em águas ultraprofundas e ainda avaliamos as condições de reservatório e de disponibilidade, antes de anunciar qualquer tipo de descoberta. No entanto estamos otimistas em relação ao futuro”.

Quando falamos desses investimentos significa que nós estamos sim com um plano bastante audaz de trazer para o Espírito Santo de novo aquele auge, aquele viés de produção de petróleo como uma indústria estruturante, como uma indústria que traz para o Estado a riqueza que ele merece. Guilherme Sargenti, gerente geral da Petrobras ES.

Casagrande: Margem Equatorial será explorada

Para o governador do Estado, todos os investimentos do setor do petróleo e gás são muito bem vindos. Embora a economia capixaba seja menos dependente da cadeia de óleo e gás hoje do que há 20 anos, Renato Casagrande afirma que é preciso usar os recursos para garantir a transição energética. do mesmo modo, ele citou ainda a discussão sobre a exploração da Margem Equatorial, na foz do Rio Amazonas.

“Esses investimentos geram uma perspectiva muito grande e importante para o nosso Estado. Ou seja, nós queremos os ativos do petróleo e do gás para fazer a transição energética e o investimento em eficiência energética. Eu acho que é isso que o Brasil deveria fazer com a Margem Equatorial”.

As pessoas perguntam se vão ou não explorar petróleo por lá. Eu não tenho nenhuma dúvida disso, porque os estados querem, o governo federal quer, então vai ser explorado. Ou seja, deve ser feito como fazemos aqui com o nosso Fundo Soberano e usar para a gente financiar com mais rapidez a transição energética. Com a Margem Equatorial a gente tem uma fonte de recursos para proteger a floresta amazônica. A gente pode, sim, usar essa riqueza para isso. Nós estamos fazendo isso aqui no Estado. Renato Casagrande, governador do Estado