Economia

Apesar de queda nos juros, cartão de crédito mantém a maior taxa do Brasil

A modalidade passou a operar de 11,16% ao mês em junho, para 11,12% ao mês em julho, mas o cartão de crédito continua no topo do ranking com a taxa mais cara

Foto: Divulgação
Mesmo com recuo de 0,36%, o cartão de crédito continua no topo do ranking com a taxa mais cara

A redução do juro do cartão de crédito – seguindo a sequência de reduções da Selic – pode ter chamado atenção dos consumidores, mas ainda não o tornou melhor aliado para o momento das compras. Não se pode negar que o cartão de crédito pode ser um “quebra galho” importante, já que nem sempre o cliente vai contar com dinheiro para fazer o pagamento à vista. Mas é preciso sempre ficar atento!

De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a modalidade passou a operar de 11,16% ao mês (255,94% ao ano) em junho, para 11,12% ao mês (254,41% ao ano) em julho, mas o cartão de crédito continua na liderança do ranking com a taxa mais cara, apesar de sofrer um pequeno recuo, 0,36% no mês passado. A segunda maior taxa é encontrada no cheque especial, que também apresentou redução no mês passado.

Mas, entre uma compra e outra, qual o melhor momento para escolher pagar com o cartão de crédito? O economista Pedro Lang explica que, do ponto de vista comportamental, a disponibilidade de limite acaba contribuindo para o aumento do consumo. O importante é lembrar que qualquer aquisição se torna um compromisso mensal. Com isso, o ideal é avaliar a necessidade do produto, o valor e a divisão das parcelas.

“Alguns itens, quando parcelados no cartão, acabam saindo mais caros. Por isso a pesquisa de preço em estabelecimentos é sempre recomendada. Caso precise realmente fazer a compra, avalie o peso das mensalidades, e tente dividir de uma forma que não comprometa outras dívidas feitas anteriormente. Se conseguir efetuar a compra sem comprometer o orçamento, o cartão pode ser um grande aliado”, explicou Pedro Lang. 

O economista destaca também a importância de sempre optar pelo pagamento integral das faturas. Caso o consumidor escolha negociar a dívida em parcelas, é importante estar atento aos juros. Já o pagamento do valor mínimo é sempre colocado como a pior das opções

“O pagamento do valor mínimo é sempre colocado como a pior das opções. É que com a escolha do valor mínimo, o consumidor vai continuar mantendo a dívida com o mesmo nível de juros do cartão de crédito. Se a pessoa estiver realmente ‘muito endividada’, uma saída pode ser a escolha de empréstimos, que acabam tendo juros menores. Mas ao chegar nesse ponto, o consumidor precisa fazer uma análise dos gastos pra que isso não se torne rotina”, disse Pedro Lang.

Empréstimo pessoal tem maior queda

A maior queda no juro, de 0,93%, foi no empréstimo pessoal feito em bancos. Passou de 3,21% ao mês (46,10% ao ano) em junho, para 3,18% ao mês (45,59% ao ano) em julho. É a menor taxa desde outubro de 2013 quando atingiu 3,16% ao mês (45,26% ao ano).

Nas operações com financeiras, a redução foi de 0,48%. Com isso, a taxa passou de 6,27% ao mês (107,46% ao ano) para 6,24% ao mês (106,76% ao ano). A taxa deste mês é a menor da série histórica.