*Marcella Moysés é graduada em Publicidade e Propaganda, com pós-graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É diretora de Produção da Ativação
Você já parou para pensar por que o marketing multissensorial faz toda a diferença dentro do planejamento de ações de uma marca? Essa abordagem criativa busca criar uma experiência de como uma marca pode ser envolvente e memorável, estimulando os cinco sentidos humanos: tato, audição, paladar, visão e olfato.
De acordo com dados de uma pesquisa realizada pela NewVoice Media, 58% dos consumidores nunca voltam a usar os serviços de uma empresa depois de uma experiência negativa.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Porém, 69% dos entrevistados afirmaram que recomendariam a empresa para amigos após uma experiência de atendimento positiva.
O marketing multissensorial busca preencher a lacuna do desejo do consumidor, extrapolando os limites e serviços tradicionais e criando alternativas que valorizem a experiência e potencializam as diversas sensações vivenciadas pelos consumidores.
A estratégia tem ganhado destaque, pois oferece uma forma única de estabelecer conexões emocionais profundas entre marcas e consumidores.
Em um mundo onde a competição é acirrada e as opções são abundantes, o marketing multissensorial se torna uma ferramenta essencial para se destacar e conquistar a fidelidade do cliente.
Algumas empresas muito bem sucedidas já utilizam o marketing multissensorial há anos. Um bom exemplo é a Apple, que oferece uma experiência tátil e visual ao cliente em suas lojas, que têm todos os modelos e tipos de produtos da marca para serem apreciados pelos consumidores.
A rede Starbucks utiliza aroma de café em seus pontos de venda, o que induz à vontade de consumir a bebida.
Outro exemplo histórico é a Coca-Cola, que em sua publicidade, principalmente na TV, utiliza o som da garrafa abrindo, levando o consumidor ao resgate de memórias e ao despertar do desejo pelo refrigerante.
O Nubank investe em outro tipo de sensação: a de pertencimento. Diferente de bancos tradicionais, que por muito tempo mantiveram relação afastada e burocrática com o cliente, a fintech roxinha dialoga com seus interlocutores.
Nas redes sociais, responde como uma pessoa de verdade, como uma conversa que poderia acontecer na vida real. Em suas postagens, principalmente no Instagram e X (antigo Twitter), assume uma persona bem humorada, utilizando piadas e memes. A empresa tem uma receita simples: conhecimento detalhado do público, foco na experiência do cliente e humanização.
Também é importante destacar a utilização das experiências multissensoriais dentro das ações de Live Marketing, seja na ambientação nos pontos de venda ou nos eventos, durante as ativações das marcas.
Espaços “instagramáveis”, atividades interativas com o público ou até a distribuição de brindes de forma criativa (como a Cola Cola fez em 2011 com a “Máquina da Felicidade”), são exemplos que criam conexões e atravessam, mesmo que por alguns instantes, a rotina daqueles que participam.
Sem percebermos, estamos rodeados de experiências multissensoriais: o cheiro de pipoca na entrada do cinema, a degustação de novos produtos no supermercado, o perfume característico de uma loja de shopping…
Criamos memórias sensoriais marcantes, que acabam por construir uma relação de confiança com as marcas. A experiência multissensorial fortalece a conexão das marcas com os consumidores, valorizando cada vez mais a personalização e a humanização de seu público.
Editora-executiva
Jornalista formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), com MBA em Jornalismo Empresarial e Assessoria de Imprensa.
