Artigo escrito por Vinícius Santos Terra, engenheiro de Produção e diretor administrativo da Mútua-ES
A sustentabilidade é um tema central no cenário global atual, especialmente quando discutimos os desafios econômicos e ambientais que enfrentamos.
Países desenvolvidos, que historicamente tiveram maior impacto nas questões climáticas e de consumo de recursos, muitas vezes transferem o custo dessas consequências para os países emergentes, como o Brasil.
Isso ocorre de várias maneiras, seja através da exploração de recursos naturais, da externalização de indústrias poluentes ou pela imposição de práticas comerciais que não consideram os impactos ambientais locais.
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Contudo, apesar desta realidade evidenciar uma desigualdade nas responsabilidades e nos custos das ações ambientais globais, nota-se que no nosso país caminhamos cada vez mais em direção às oportunidades criadas a partir dessa realidade.
De forma geral, em termos de sustentabilidade, os países emergentes têm sido pressionados a adotar práticas mais verdes sem, muitas vezes, ter a capacidade de arcar com os custos dessas transformações.
Enquanto os países desenvolvidos estão em uma posição mais confortável para investir em tecnologias verdes e políticas públicas sustentáveis, os países em desenvolvimento enfrentam barreiras econômicas e estruturais que dificultam essa transição.
No entanto, o Brasil já está trilhando o caminho das oportunidades, tendo dado passos significativos rumo à sustentabilidade. O país, que historicamente tem sido um grande produtor de recursos naturais, têm demonstrado uma crescente capacidade de adaptar e inovar.
Já investimos consideravelmente no mercado de tecnologias verdes e, atualmente, dispomos de um modelo consolidado que nos permite atuar em larga escala.
Brasil está em posição estratégia para liderar
O Brasil já possui as tecnologias necessárias para impulsionar a transformação sustentável, o que coloca o país em uma posição estratégica para liderar iniciativas inovadoras no cenário global.
Entretanto, é crucial que o Brasil continue se preparando para lidar com os desafios da sustentabilidade, especialmente no campo da ciência e da tecnologia.
O país possui um grande potencial de inovação, mas ainda é necessário um maior investimento em pesquisa e desenvolvimento para criar soluções sustentáveis que atendam às suas necessidades específicas.
O fortalecimento da educação tecnológica e científica, aliado a políticas públicas que incentivem a sustentabilidade, são fundamentais para que o Brasil não apenas sobreviva aos desafios impostos por essa agenda global, mas também se posicione como um líder em soluções ambientais inovadoras.
Para que o Brasil alcance o pleno potencial de transformação sustentável, é essencial que as políticas públicas, já em vigor, sejam potencializadas com a colaboração das iniciativas privadas.
O apoio do setor privado, aliado à inovação proveniente da academia, tem o poder de otimizar a implementação dessas políticas e acelerar os processos de adaptação e desenvolvimento sustentável.
Além disso, as ONGs e o terceiro setor desempenham um papel fundamental como articuladores, facilitando a comunicação e integração entre as esferas pública, privada e a sociedade civil.
COP-30: debate global
Vale destacar que, em novembro, será realizada a COP-30, um evento de grande relevância para o debate global sobre sustentabilidade e mudanças climáticas.
Este evento não apenas oferece uma oportunidade única para o Brasil atrair recursos internacionais, mas também se posicionar como protagonista na discussão sobre soluções inovadoras e práticas sustentáveis.
Esse é o momento de fortalecer o compromisso coletivo em busca de um futuro mais equilibrado e justo, colocando o Brasil como líder global em sustentabilidade.