Economia

Associação de auditores fiscais é contra idade mínima para aposentadoria

Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita vê com "preocupação a intenção do governo de, mais uma vez, modificar as regras para concessão das aposentadorias na Previdência Social"

Auditores fiscais não vêem com bons olhos mudanças nas regras da Previdência Social Foto: Divulgação

Brasília – Uma das maiores apostas do governo para diminuir as despesas obrigatórias, a reforma da Previdência Social enfrenta resistência por parte da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip). Os auditores veem com “preocupação a intenção do governo de, mais uma vez, modificar as regras para concessão das aposentadorias na Previdência Social” e são contra a criação de uma idade mínima para a aposentadoria.

Para o presidente da Anfip, Vilson Romero, a definição de uma idade mínima não é compatível com o tamanho do Brasil. “Uma das possibilidades para reduzir o déficit da Previdência é diminuir as renúncias”, afirmou.

Entre as sugestões apresentadas pela associação para diminuir o déficit da Previdência está “convocar o agronegócio a contribuir para a redução do desequilíbrio” entre a previdência rural e a urbana. Na avaliação de Romero, uma maior contribuição por parte do agronegócio é justa, mas enfrenta resistência por parte da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A Anfip argumenta ainda que a Previdência Social paga, mensalmente, R$ 32,6 milhões em benefícios, sendo que R$ 5,4 milhões são aposentadorias por tempo de contribuição. “O estabelecimento de uma idade mínima estaria direcionado para estas aposentadorias, que incluem porcentual pequeno do total de pagamentos previdenciários”, pondera a associação.

De acordo com dados da associação, a Seguridade Social, que abrange a Previdência Social, Saúde e Assistência Social, foi em 2014 superavitária em R$ 53,9 bilhões.

Segundo a associação, o governo deverá enfrentar dificuldades para a aprovação no Congresso Nacional de idade mínima em meio à atual crise política e em pleno ano eleitoral. A entidade considera a chance de aprovação da matéria como “pequena”.