Fraude do wi-fi falso e golpe do Pix são alguns dos golpes mais comuns que são aplicados no Brasil, principalmente durante o Carnaval. O alerta é da Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
Por meio da campanha Tem Cara de Golpe a entidade está oferecendo orientações para a população, especialmente os foliões, sobre como se prevenir de fraudes financeiras durante essa festa popular.
Uma das principais dicas da associação é para que o folião redobre os cuidados ao comprar comidas e bebidas em blocos de rua. A ABBC orienta que o dono do cartão nunca deve entregá-lo diretamente ao vendedor, especialmente na rua ou estabelecimentos não habituais. Os criminosos podem se passar por comerciantes, memorizar a senha do cliente e trocar o cartão durante a transação.
Além disso, não se deve aceitar pagar uma compra se o visor de cobrança da máquina estiver quebrado ou apagado, impedindo a visualização do valor real da compra. Os golpistas podem inserir um valor muito acima do que a vítima teria que pagar, levando a prejuízos.
Outra dica é para que o pagamento seja feito preferencialmente por aproximação via celular. De acordo com a associação, esse tipo de pagamento é mais seguro, pois possibilita uma camada de autenticação adicional com biometria ou senha para acesso à carteira digital antes de efetuar o pagamento.
Em cartões físicos, recomenda-se desativar função de aproximação para evitar que criminosos se aproveitem da aglomeração para capturar sinais do cartão e realizar débitos sem consentimento do usuário.
Durante o Carnaval, além dos golpes com as máquinas de cartões, é frequente ocorrer tentativas de roubo e furto do aparelho celular, já que os criminosos buscam conseguir acesso a aplicativos e contas bancárias para obter vantagens financeiras. Por isso, é importante que o cliente utilize senhas robustas e deixe ativadas diversas camadas de segurança, como autenticação de duplo fator, biometria ou leitor facial para os aplicativos. Sílvia Scorsato, presidente da ABBC.
Golpes mais comuns
Um dos golpes mais recorrentes durante o Carnaval é o do link falso (phishing) relacionado à compra de ingressos. Neste golpe, os criminosos criam sites falsos para roubar dinheiro, simulando os sites oficiais de venda de ingressos para festas e camarotes.
Neste caso, alerta a associação, é importante o consumidor sempre verificar a autenticidade dos sites antes de comprar, e procurar por certificados de segurança. Além disso deve conferir a URL oficial dos vendedores autorizados.
Outra dica é sobre o famoso golpe do Pix, em que os criminosos se passam por vendedores, mas alteram o valor da compra antes de mostrar o QR Code na hora do pagamento. Nesse sentido, a recomendação é de que o folião esteja atento ao preço do produto antes de confirmar a transação. Em outras palavras, a ABBC orienta a diminuir o limite dos valores que podem ser usados via Pix.
Outro golpe bastante comum nessa época do ano é o das falsas redes públicas de wi-fi. Por meio desse golpe, o criminoso pode espionar a navegação do celular e até descobrir senhas em redes que estão desprotegidas.
O mesmo pode ocorrer com totens de carregamento de bateria que ficam conectados em cabos USB suspeitos. Eles podem facilitar a transmissão de malwares e invasão dos celulares. A dica é para utilizar uma bateria extra com um carregador e cabo próprios.
Dicas de segurança
Para ficar mais seguro no Carnaval e evitar golpes e fraudes financeiros, a ABBC recomenda ainda que os foliões ativem controles de segurança em seus celulares. São eles o múltiplo fator de autenticação, ocultação e proteção de aplicativos bancários com a ativação do controle assistido (em dispositivos Apple) e proteção contra roubo em dispositivos Android. Outro ponto importante é ter recursos de localização e bloqueio do dispositivo remotamente previamente configurados.
Em relação aos aplicativos bancários, é possível ativar as funções de proteção. Por exemplo, localização, redução de limites de transferência e ocultação e proteção com senhas adicionais. Há ainda a opção de ativação de controles de segurança para carteiras digitais para pagamento somente com senha biométrica. Isso minimiza os golpes.
Em casos de roubo ou furto de celular, a vítima deve procurar os órgãos de segurança para fazer um boletim de ocorrência e também avisar imediatamente o banco através dos canais de atendimento oficiais.
Também é importante comunicar a operadora de telefonia. Para bloquear completamente o dispositivo, é necessário ter anotado o número do IMEI de identificação do aparelho. Essa informação pode ser obtida diretamente no dispositivo, por meio das configurações do celular, na opção “Sobre o telefone”.