Economia

Atividade da indústria brasileira tem em março a maior queda desde 2011, diz HSBC

São Paulo – O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil caiu de 49,6 em fevereiro para 46,2 em março, segundo pesquisa da Markit/HSBC. O indicador teve a maior queda desde setembro de 2011, atingindo também o menor patamar desde essa data. Houve deterioração nos três subsetores monitorados e em todos os cinco componentes individuais.

“Março registrou a maior queda na produção industrial do Brasil em três anos e meio, uma situação agravada pelas condições domésticas econômicas difíceis, as fortes taxas de inflação e a depreciação do real”, diz no relatório a economista da Markit Pollyana de Lima. Segundo ela, a forte queda nas novas encomendas e no nível de emprego colocam em risco as perspectivas de negócios do setor. Além disso, não houve alta nas encomendas de exportações, mesmo com o câmbio mais favorável. “Lamentavelmente, existem poucos indícios de que possamos esperar qualquer crescimento do setor no curto prazo”.

Os entrevistados reportaram maiores custos de insumos pelo quinto mês seguido em março, principalmente por conta da queda do real ante o dólar. Já os preços de venda subiram no ritmo mais rápido em 16 meses, com os produtores tentando repassar os ajustes para seus clientes. Numa tentativa de reduzir custos, os empresários cortaram vagas de trabalho.

Com o cenário de demanda fraca, as compras de insumos caíram ainda mais em março. Os empresários estão recorrendo aos seus estoques de matérias-primas e produtos pré-fabricados, quem recuaram no ritmo mais forte em mais de cinco anos e meio.