Depois de forte retração e recessão técnica nos dois primeiros trimestres do ano, o Estado fechou o terceiro trimestre com crescimento de sua economia em 9,5%.No segundo trimestre a queda foi de 12,4%. Segundo o Índice de Atividade Econômica (IAE) do terceiro trimestre divulgado nesta sexta (11) pela Federação das Indústrias do Estado (Findes), na passagem do 2º para o 3º trimestre de 2020, todas as atividades econômicas do Espírito Santo cresceram e contribuíram positivamente para o resultado, com destaque para a expansão de 19,1% da indústria.
Segundo o IAE, o resultado ainda é insuficiente para recuperar as perdas causadas pela pandemia, já que a atividade econômica do Estado ainda está 4,1% abaixo do patamar de atividade do 1º trimestre de 2020, quando apenas 15 dias foram afetados pelo início das medidas restritivas, e 4,3% abaixo do 4º trimestre de 2019, no período anterior à pandemia.
Segundo a gerente do Observatório da indústria, Marília Silva, ainda falta muito para a economia capixaba retomar o seu patamar. “Esse é um trimestre diferente do segundo, que foi marcado por medidas de contenção à covid-19. No terceiro, com a flexibilização dessas medidas, as atividades econômicas voltaram a crescer. Então, a atividade vem de queda muito grande e vai para um crescimento grande também. Mas, mesmo que tenha caído 12,4% e crescido 9,5%, não recuperou ainda o patamar, já que estamos 4% abaixo do nível de 2019”.
Para o diretor-executivo no Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Marcelo Saintive, a tendência é que a economia do Estado mostre sinais mais robustos de recuperação quando o setor de metalurgia voltar a crescer.
“Temos que lembrar que a economia do Estado é muito voltada para commodities e exportações. Então, tem que esperar o preço do minério de ferro melhorar e quando isso acontecer, certamente a economia capixaba melhora. A economia mundial voltando a demandar aí eu vejo com bons olhos a retomada”, afirmou Saintive.
No Estado, todos os setores de atividade contribuíram positivamente para o crescimento de 9,5%. Destaque para a indústria que cresceu 19,1% do 2º para o 3º trimestre. Destaque para o resultado positivo da indústria de transformação, com destaque para o desempenho das atividades de papel e celulose. Esses segmentos cresceram 33,3% no 3º trimestre de 2020 em comparação ao mesmo trimestre de 2019. Esta atividade, que representa a terceira maior participação da indústria de transformação do estado (20,0%). A indústria é o segundo setor capixaba mais representativo e responde por 27% da estrutura econômica.
Já o setor de serviços cresceu 7,9%. O setor é o mais representativo no Estado e responde por 54% da atividade econômica capixaba. A agropecuária foi o setor com menor variação, mantendo-se praticamente estável em relação ao 2º trimestre de 2020, ao apresentar leve alta de 0,1%. Para o Brasil, com exceção da agropecuária que recuou 0,5%, todos os demais setores apresentaram variação positiva, com indústria crescendo 14,8% e serviços 6,3%.
“A diferença no desempenho da agropecuária do Brasil e do Estado é que no País a estrutura é baseada em culturas como soja, milho e gado. Aqui no Espírito Santo, a base é o café conilon, que está em queda, bovinos, aves, ovos, tomate e pimenta do reino. Mesmo que o setor seja o mesmo, estrutura diferente. Acaba influenciando de forma diferente”, afirmou Marília Silva.
Veja no link abaixo o arquivo completo do Índice de Atividade Econômica, com todos os detalhes e números divulgados pela Findes: