Economia

Bancos apostam no crédito rural e na modernização do mercado para avanço do agronegócio no ES

O 1º Encontro Agro Business, realizado nesta sexta-feira (26), em Linhares, reuniu lideranças como o diretor-presidente do Bandes, Munir Abud, e o diretor executivo do Sicoob-ES, Nailson Dalla Bernardina

Foto: Arthur Louzada

Como em todos os setores da economia, o agronegócio também foi afetado pela pandemia da covid-19. Passada a pior fase e com o avanço da vacinação, é hora de retomar as atividades, apostando em investimentos. Para isso, bancos do Espírito Santo apostam no crédito rural. 

Durante o 1º Encontro Agro Business, realizado nesta sexta-feira (26), em Linhares, um dos painéis contou com a presença do diretor-presidente do Bandes, Munir Abud, e com o diretor executivo do Sicoob-ES, Nailson Dalla Bernardina. A mediação foi realizada pelo estrategista-chefe da APX Invest, Tiago Pessotti.

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“O sistema financeiro como alavanca para os bons resultados da Agroindústria” foi um dos temas de debate do encontro e os convidados relataram a experiência de estar sempre ao lado do produtor rural para garantir os investimentos necessários para a manutenção da produção.

Mercado financeiro precisa se modernizar

Foto: Arthur Louzada

O diretor-executivo do Sicoob disse que a criação da cooperativa de crédito ocorreu por meio da necessidade do produtor rural, com origem no agronegócio, para garantir crédito ao produtor.

“Foi uma inovação que surgiu da dificuldade de acesso do crédito rural. A cooperativa poderia ser o braço financeiro, especialmente para o pequeno e médio produtor. Na época, falávamos das cooperativas de crédito. Por isso que as cooperativas de crédito entraram no mercado, mas nossa origem é o agronegócio. Operamos hoje uma carteira de R$ 800 milhões no Espírito Santo”, disse.

Dalla Bernardina ainda destacou que é preciso modernização no sistema financeiro. Uma das necessidades é o desenvolvimento de uma área securitária, para que o produtor possa ter mais segurança para trabalhar.

“O crédito rural precisa ter novas modalidades para chegar na hora correta. Precisamos desenvolver a área securitária. Temos aqui muitas dificuldades nas principais culturas que trabalhamos, que é a cultura de céu aberto. A indústria precisa modernizar. Para que o produtor saiba que vai plantar, ele precisa ter uma certeza de que vai colher. Se houver alguma intempérie, ele poderá conseguir crédito para uma nova produção. Estamos trabalhando bem, mas precisamos nos modernizar”, disse.

No âmbito da pandemia, a avaliação dos convidados é de que o Brasil se saiu bem para criar linhas emergenciais para o agronegócio. Nailson Dalla Bernardina ressalta que as instituições financeiras deram a contribuição necessária.

“Tivemos que nos reinventar para se adequar ao momento e ao homem do campo. Precisávamos continuar fazendo os negócios com nossos cooperados. A primeira ação foi o atendimento. Fizemos orientação ao cooperado, de forma digital, com orientações para o campo e sobre a própria convivência com a pandemia. No âmbito rural, foram R$ 510 milhões em atividades com o produtor”, afirmou.

Fundo Soberano pode ajudar a fazer história

Foto: Arthur Louzada

Para o diretor-presidente do Bandes, Munir Abud, o investimento das instituições financeiras por meio do Fundo Soberano tem o poder de impactar e transformar a realidade do agronegócio.

“Nós podemos, através do Fundo Soberano, com investimentos diretos, transformar a realidade econômica do nosso estado. Podemos fazer história. O Fundo Soberano é uma parte depositada para uma poupança intergeracional, depositada para que as futuras gerações possam usar. A outra parte foi destinada para que o Bandes faça aquisições nacionais em empreendimentos capixabas. Se acreditamos na economia capixaba, vamos nos associar a ela”, afirmou.

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Abud também falou da potencialidade do Estado em financiar a retomada econômica. Segundo ele, nos momentos mais críticos da pandemia, houve um trabalho para que as empresas não fechassem as portas. No entanto, esse trabalho continua agora.

“Possuímos recursos para financiar a retomada econômica do Espírito Santo. Criamos R$ 250 milhões para socorrer empresas afetadas pela pandemia. Impedimos que as empresas fechassem as portas e, agora, precisamos estar ao lado delas. O poder de desenvolvimento do banco aumenta conforme o empresário apresenta projetos”, pontuou.

Assista ao encontro na íntegra:

1º Encontro Agro Business

Após o sucesso das cinco edições do Folha Business, a maior plataforma de comunicação sobre negócios do Espírito Santo realizou o 1º Encontro Agro Business, que reuniu empreendedores e importantes nomes do agronegócio no Estado.

O evento aconteceu nesta sexta-feira (26), em Linhares. A cidade do Norte capixaba é uma das mais importantes do segmento no Espírito Santo.

Um dos convidados do evento foi o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Renato Naegele, que falou sobre a retomada econômica e o futuro do setor que move a economia capixaba e brasileira.