Artigo do escritor e amigo potiguar, Rinaldo Barros. Com sua licença publicamos aqui no nosso blog tendo como foco a RIO +20
Ainda este mês, de 13 a 22 de junho, o Brasil sediará a Conferência das Nações sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20 (https://www.rio20.gov.br/). Será uma boa ocasião para discutirmos a importância de dar mais ênfase à inclusão social com sustentabilidade.
O que danado é Desenvolvimento Sustentável?
É aceito universalmente que Desenvolvimento Sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. (Relatório Brundtland, 1987 ¬ ONU).
O conceito apoia-se no tripé do Desenvolvimento Sustentável: Social -¬ ser socialmente justo, primando pelo bem-estar da sociedade, Econômico -¬ ser economicamente viável, gerando lucro com responsabilidade, e Ambiental -¬ ser ecologicamente correto, visando a sustentabilidade do planeta.
O brasileiro está aprendendo a ganhar dinheiro com o conceito de sustentabilidade. Antes observada à distância e com certo receio por parte do empresariado, hoje, a causa verde faz parte das estratégias de negócios. E a mudança vem exatamente de onde menos se podia esperar: do bolso. Sustentabilidade dá lucro! Ou seja, Sustentabilidade é ambiental, mas também é social e econômica.
Para as empresas que já assimilaram o conceito e a praticam, a Sustentabilidade não está associada “apenas” a redução de custos, mas vincula-se principalmente a riscos e a imagem de sua marca ou produtos, junto ao consumidor ou cliente.
São mais de 200 oportunidades de negócios listadas pelo SEBRAE, as quais estão identificadas no mercado brasileiro aguardando a iniciativa de empreendedores; lista que crescerá na Rio + 20 que começa nesta semana.
O objetivo da lista é mostrar aos futuros donos de boas ideias que os negócios sustentáveis, a exemplo do que acontece com os convencionais, também podem ser rentáveis e competitivos.
“Hoje, os negócios sustentáveis ainda representam um nicho. Estamos estimulando para que se tornem o mercado como um todo. Se isso acontecer, quem chegar antes terá vantagens competitivas”, acredita Luiz Barretto, presidente do SEBRAE.
“Será uma boa ocasião para discutirmos a importância de dar mais ênfase à inclusão social na sustentabilidade”, diz Paulo Branco, coordenador do Programa Inovação da Criação de Valor, da Fundação Getulio Vargas.
Embora o foco do SEBRAE seja em novas e promissoras ideias de pequenos empreendedores, é impossível esquecer o papel que as grandes empresas devem desempenhar quando se fala em sustentabilidade.
A sociedade mudou e a adoção de uma postura ética e responsável na condução dos negócios é hoje uma premissa indispensável. Além disso, já sabemos que organizações que remam a favor do desenvolvimento sustentável são mais eficientes, menos expostas a riscos e mais preparadas para lidar com os desafios das próximas décadas.
É importante registrar que o mercado brasileiro já caminha sob o paradigma do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). O ISE foi concebido em 2005, originalmente financiado pela International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, e atualmente seu desenho metodológico é responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas.
Ensina o premiado engenheiro sanitarista Luiz Augusto Barcellos Almeida, da CEMIG, que O ISE amplia o entendimento sobre empresas e grupos comprometidos com a sustentabilidade, diferenciando-os em termos de qualidade, nível de compromisso com o desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do produto, além do desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas.
Tivesse eu oportunidade de falar a algum empresário do patropi, diria que reavalie seus processos e inove em produtos e serviços: olhe para sua operação e pense no que pode ser feito para a redução do uso de recursos naturais (finitos). Pense em matérias-primas que possam ser substituídas por materiais reciclados, em pontos do processo onde é possível reduzir o consumo de água e energia, e em resíduos (lixo) que podem ser vendidos ou reaproveitados dentro de sua própria produção.
Resumo da ópera: as corporações não sobreviverão se não encararem o Desenvolvimento Sustentável como assunto primordial de sua estratégia de negócios. Sustentabilidade dá lucro!