Economia

Banco do Japão não deverá cortar juros, mas ajudar empresas afetadas por vírus, dizem fontes

Bancos comerciais japoneses já tiveram sua margem de lucro reduzida pela política do BoJ, que há quatro anos mantém sua taxa de depósito em -0,1%

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O Banco do Japão (BoJ, pela sigla em inglês) está hesitante em se juntar ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e cortar juros, uma vez que sua taxa de depósito já é negativa, e deverá focar em prestar ajuda financeira a empresas afetadas pelo novo coronavírus, segundo fontes com conhecimento do assunto.

Recentemente, o Fed, o Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês) e outros BCs reduziram seus juros básicos, numa tentativa de amenizar os efeitos econômicos da pandemia, que levaram os mercados acionários globais e os rendimentos dos Treasuries a quedas históricas. O BoJ vai considerar suas opções em sua reunião de política monetária regular, na quarta e quinta-feira (18 e 19).

Bancos comerciais japoneses já tiveram sua margem de lucro reduzida pela política do BoJ, que há quatro anos mantém sua taxa de depósito em -0,1%.

Fontes dizem que o setor bancário pode ficar mais relutante em conceder empréstimos se o BoJ reduzir ainda mais sua taxa básica. Tanto o BC japonês quanto o governo do Japão desejam justamente o oposto: dar apoio a empresas atingidas pelo choque econômico do coronavírus.

“Por enquanto, é importante garantir que o financiamento esteja disponível para pequenas e médias empresas afetadas pelo vírus”, disse uma das fontes.

Nas duas últimas semanas, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, prometeu que a instituição fornecerá ampla liquidez aos mercados financeiros para garantir a estabilidade.

Fontes dizem ainda que o BoJ também poderá ampliar suas compras de fundos de índices de ações (ETFs, pela sigla em inglês), talvez sem necessariamente alterar sua meta anual de 6 trilhões de ienes (US$ 57 bilhões), uma vez que já é flexível e elevá-la poderia acentuar os riscos financeiros. Fonte: Dow Jones Newswires.