Tóquio – A capacidade de comunicação do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) será testada esta semana, uma vez que investidores querem saber se o BC japonês pretende se unir à onda global de retirada de estímulos monetários.
Economistas não preveem nenhuma mudança na política do BoJ na reunião de dois dias que terá início nesta quarta-feira (20), mas os comentários de seu presidente, Haruhiko Kuroda, vão ser acompanhados de perto em meio à especulação de que a instituição já está preparando o terreno para elevação de juros no próximo ano.
Pessoas familiares com a forma de pensar dos dirigentes do BoJ sugerem que a instituição vai agora tentar conter os rumores de possível aperto monetário depois que Kuroda afirmou, durante discurso em Zurique no mês passado, que juros excessivamente baixos podem prejudicar o setor bancário e minar os benefícios da política monetária acomodatícia.
Se o BoJ planejasse elevar juros no próximo ano, como esperam alguns investidores, a instituição provavelmente caracterizaria o gesto como uma forma de aperfeiçoar a sustentabilidade do programa de relaxamento, e não como uma iniciativa de aperto monetário que precederia seu fim, disseram as fontes.
“Mesmo que isso venha a acontecer, não deveria ser visto como aperto monetário. Seria apenas um ajuste”, afirmou uma das fontes, sugerindo que o BoJ elevaria juros se julgasse necessário para proteger a solidez do sistema financeiro.
Muito da especulação recente sobre um possível aumento de juros foi gerada por uma referência de Kuroda, no discurso em Genebra, à chamada taxa reversa – ponto em que os benefícios de juros excessivamente baixos são sobrepujados pelas desvantagens.
A fala de Kuroda foi interpretada por alguns como uma sinalização de possível elevação de juros mais adiante. Fonte: Dow Jones Newswires.