Economia

Bolsas europeias recuam com incerteza sobre estímulos

SÃO PAULO – Os mercados de ações da Europa fecharam em queda nesta quarta-feira, 23, depois que novos sinais de recuperação da zona do euro diminuíram as esperanças sobre o anúncio de medidas adicionais de estímulo na região. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia com perda de 0,59%, a 335,05 pontos.

Segundo analistas, resultados fortes podem ter uma repercussão “negativa” para a busca dos investidores por novas medidas de estímulo monetário, o que explica parte da tendência de baixa nas ações. “PMIs mais fortes podem encorajar o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, a manter a política inalterada, especialmente com a aproximação das eleições europeias”, afirmou Jeremy Batstone-Carr, economistas chefe e estrategista da corretora Charles Stanley, que possui cerca de 18 bilhões de libras (US$ 30,3 bilhões) de ativos sob gestão.

Batstone-Carr disse também que os investidores devem aguardar outros indicadores fortes que possam ter efeito sobre os balanços das empresas para avançar com o rali recente das ações na Europa. “A questão mais importante é saber se o setor corporativo da região pode oferecer crescimento.”

O sentimento dos investidores também foi prejudicado por indicadores negativos de França, China e Estados Unidos. O índice dos gerentes de compras francês voltou a cair em abril, de acordo com números preliminares. O PMI de serviços perdeu força e caiu para 50,3 neste mês, de 51,5 em março, enquanto o índice do setor industrial recuou para 50,9 em abril, de 52,1. Como resultado, o PMI composto caiu para 50,5 em abril, de 51,8 em março, e atingiu o menor nível em dois meses. Os três indicadores ficaram aquém das expectativas de analistas e sinalizam uma desaceleração no crescimento do setor privado francês.

Os participantes do mercado também analisaram, com certa cautela, novas indicações de desaceleração na manufatura da China. Embora o PMI industrial chinês medido pelo HSBC tenha mostrado ligeira melhora em abril, o resultado permaneceu abaixo da marca de 50 – o que sinaliza contração de atividade – pelo quarto mês consecutivo. Os dados chineses não refletem nem uma melhora suficientemente forte para alavancar a confiança na maior economia asiática, nem uma fraqueza intensa capaz de justificar novos estímulos por Pequim.

As baixas foram acentuadas durante o pregão com a divulgação dos dados dos EUA. As vendas de moradias novas caíram 14,5% em março, para a taxa anual sazonalmente ajustada de 384 mil, o menor nível desde julho de 2013, segundo o Departamento de Comércio. O dado surpreendeu negativamente, visto que analistas consultados pela Dow Jones Newswires previam alta de 2,3% nas vendas. Além disso, o PMI do setor industrial norte-americano caiu para 55,4 em abril, de 55,5 em março, segundo dados preliminares da Markit.

Em Frankfurt, o índice DAX fechou em queda de 0,58%, aos 9.544,19 pontos. O índice CAC-40, de Paris, encerrou em baixa de 0,74%, aos 4.451,08 pontos, enquanto o FTSE, de Londres, caiu 0,11%, para 6.674,74 pontos. Em Madri, o índice IBEX-35 cedeu 0,13%, aos 10.424,40 pontos.

Entre as piores quedas, o índice PSI-20, de Lisboa, caiu 1,20%, para 7.454,03 pontos, e o índice FTSEMib, de Milão, recuou 1,18%, para 21.675,75 pontos. (Com informações da Dow Jones)