Economia

Campanha que promove a discussão sobre a reforma da Previdência é lançada no ES

O evento contou com a presença do vice-presidente da Rede Vitória, Fernando Machado, empresários e políticos capixabas

Foto: Acácio Rodrigues

Lançada nesta segunda-feira (24) em Vitória, a campanha “A Reforma Interessa”, quer levar o assunto da reforma da Previdência para a sociedade, e ampliar a participação das pessoas no tema, apontado por especialistas como uma pauta decisiva para o momento econômico do Brasil. 

Com a presença do vice-presidente da Rede Vitória, Fernando Machado, empresários e políticos, o evento teve uma palestra sobre a reforma da Previdência com o doutor em Economia pela USP, professor da Escola de Pós-Graduação em Economia – EPGE/FGV e chefe no Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia, Samuel Pessôa.

“Acho que chegou no limite dessa necessidade do Brasil se reformar para avançar. O mundo inteiro, numa aldeia global, está fazendo a sua parte e nós não podemos ficar à mercê dessa sociedade que está precisando de uma reforma, seja trabalhista como aconteceu e precisa avançar um pouco mais, seja reforma da Previdência, reforma política, reforma fiscal, são diversas, mas tem que começar por alguma. O Espírito Santo está dando uma contribuição onde reúne pessoas comprometidas com o estado e comprometida com o Brasil”, afirmou Fernando Machado.

Foto: Acácio Rodrigues
Samuel Pessôa explicou o objetivo da reforma da Previdência

Samuel Pessôa definiu a reforma como “objetivo de fazer uma Previdência mais justa, de acordo com a demografia brasileira”.

“Uma hora a inflação vai voltar se não fizermos a reforma e mudarmos essa questão do gasto público ser tão grande quanto o crescimento econômico. O setor público está pressionando os recursos. O que acontece? O juro sobe. Estamos no meio do processo para termos juros civilizados. Para isso, precisamos da reforma da Previdência. A expressão econômica é ter juro civilizado sem reação inflacionária. O item mais importante é ter a estabilidade da moeda”, disse o professor durante a palestra.

Ele recordou que a agenda reformista esteve em discussão durante o primeiro mandado do ex-presidente Lula (2003-2006). “A agenda estava engajada em meados de 2005, quando veio o caso do mensalão, que enfraqueceu o presidente Lula e a agenda não teve prosseguimento”, disse Samuel Pessôa.

A campanha

Foto: Acácio Rodrigues
Lideranças capixabas estiveram presentes no lançamento da campanha

Esta é a primeira ação de mobilização, relacionamento e engajamento do Movimento Cidadania Coletiva. A campanha “A Reforma Interessa” é movida a partir de inteligência de dados e trabalho colaborativo, reunindo pessoas que se interessam pelo tema, com o objetivo de multiplicar a participação. Todas as informações serão disponibilizadas a partir desta terça-feira (25).

Participam do Movimento Cidadania Coletiva mais de 30 instituições de classes empresariais, sociedade civil e organizações não governamentais. A proposta é que a população entenda o tema, debata, e procure os seus representantes para mostrar que este assunto não tem apenas um dono, mas um país inteiro como proprietário.

A reforma

A reforma da Previdência continua em discussão na Câmara dos Deputados. Nesta segunda-feira (24), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Comissão Especial da reforma da Previdência deverá votar o parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) até quinta-feira (27), e o plenário da Casa pode analisar a proposta nas duas primeiras semanas de julho. Ele também informou que instalará a comissão especial para analisar a reforma tributária até o fim da semana.

A comissão especial da Reforma da Previdência deve encerrar a discussão sobre o relatório nesta terça (25) e a expectativa é que a votação comece na quarta (26). Mas, como Moreira deverá já apresentar alterações em seu relatório, parlamentares avaliam que será necessário um tempo a mais para que ele seja votado.

Um dos pontos ainda em discussão é o da inclusão dos Estados e municípios no escopo da reforma. Eles acabaram ficando de fora do texto apresentado pelo relator por falta de apoio suficiente dentre os deputados, mas Maia quer reincluir os entes federativos na proposta. “Gostaria muito de ter o apoio de todos os governadores porque o Brasil vive um momento muito importante e o fortalecimento da relação do Parlamento com a federação é fundamental nesse momento. Ter apoio de prefeitos e governadores é demonstração de maturidade de todos os lados, de todos os partidos. … Se a gente conseguisse essa grande pactuação da federação com o Congresso, seria um momento histórico”, disse.