A intenção de consumo das famílias capixabas vem caindo desde outubro e o primeiro mês de 2015 registra 105,1 pontos, um recuo de 2,5 pontos em relação a dezembro do ano passado e de 18,4 pontos em relação a janeiro de 2014. Essa é a menor pontuação para o mês de janeiro desde 2010, quando o Índice de Consumo das Famílias (ICF) começou a ser medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).
Na avaliação por faixa de renda, a disposição ao consumo do grupo das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos apresentou queda, chegando a 106,9 pontos. Em dezembro, o mesmo grupo permanecia com 108,4 pontos. Já no grupo das famílias com ganhos superiores a dez salários mínimos, o índice registrou retração mais acentuada, oscilando de 102,6 pontos em dezembro para 93,3 pontos em janeiro – abaixo do nível satisfatório (100 pontos).
Mercado e Renda Familiar
No ICF de janeiro, o capixaba declarou se sentir mais seguro com o emprego atual. A avaliação quanto à satisfação profissional atingiu 128,1 pontos neste mês, uma elevação de 8,4 pontos sobre dezembro. Isto porque das 39,6% das famílias que moram na Grande Vitória estão satisfeitos com a situação profissional.
No entanto, essa melhora na avaliação do emprego não impediu a queda de 9,8 pontos na satisfação com a renda familiar em relação a dezembro, ficando em 109,7 pontos. Após o acréscimo do 13º salário e o advento de outros gastos, incluindo férias, matrículas e materiais escolares, impostos como IPVA, IPTU, alimentação mais cara em função do aumento da inflação, o orçamento familiar está mais apertado.
O cenário de crise econômica acompanhado de medidas do governo, chamadas por especialistas de ‘impopulares’, abalou a perspectiva de melhora no emprego para os próximos meses, fazendo com que a sensação de estabilidade profissional retrocedesse 4,8 pontos em mês, chegando a 92,1 pontos em janeiro. O pessimismo é mais acentuado no grupo das famílias com renda acima de dez salários mínimos.
Compras
Apesar de o Governo dobrar o imposto (IOF) dos cartões de crédito, o consumidor capixaba continua apostando no dinheiro de plástico. O ICF aponta que 46,1% das famílias dizem estar mais fácil de conseguir crédito. No entanto o trabalhador permanece, desde novembro, avaliando o atual momento como inapropriado para compras de bens duráveis.
Em suma, as famílias estão contentes com o emprego atualmente, mas tem medo de que nos próximos meses, as coisas possam piorar. E como medida de precaução, começa-se a ‘guardar’ dinheiro e usar o crédito.