O prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione (PT), disse ter ficado surpreso com a notícia da suspensão dos investimentos para o aeroporto municipal ‘Raimundo Andrade’, anunciado pelo Governo Federal na última quarta-feira (24). A prefeitura emitiu uma nota afirmando que vai seguir trabalhando para buscar os recursos.
Segundo a nota, a “prefeitura de Cachoeiro recebeu com surpresa o anúncio da suspensão dos investimentos nos aeroportos regionais nos municípios brasileiros. A reforma e ampliação do aeroporto de Cachoeiro traria uma dinâmica para a economia local, em especial para um dos nossos carros chefes: o setor de rochas ornamentais”.
A nota diz ainda que a prefeitura vai continuar trabalhando para mostrar aos atuais representantes do Governo Federal a importância desse investimento para nossa região.
“Desde que o programa de regionalização dos aeroportos foi lançado, Cachoeiro trabalhou em parceria com o Governo do Estado para que esse sonho pudesse ter sido realizado. Foram inúmeras reuniões em Brasília; contratação e apresentação de projetos para viabilizar o investimento; consultorias com empresas de fora do país; enfim, uma série de ações de iniciativa da prefeitura municipal, que desde o início demonstrou interesse, se colocou à disposição e sempre entendeu e apresentou a viabilidade econômica desse projeto”.
Casteglione disse que tomou conhecimento da suspensão dos investimentos pela imprensa. “Não fomos sequer comunicados, ficamos sabendo através da imprensa. Não recebemos nenhum comunicado. Falei com o governador e ele me disse que também não foi comunicado. É chato porque o aeroporto é muito importantes para nós”, comenta.
O prefeito criticou a falta de apoio da bancada capixaba. “Essa decisão é gravíssima. Recebi a notícia em meio a Feira da Mármore, e não vi nenhuma reação de algum dos nossos parlamentares. O aeroporto é um dos pilares para que possamos evoluir no nosso desenvolvimento. O governo do estado já investiu bastante. Estive em Brasília várias vezes e estava muito bem encaminhado. Agora fomos surpreendidos exatamente nesse momento importante. Isso é ruim para Feira, para o setor de rochas e para a região, pois o aeroporto é a ferramenta de desenvolvimento do sul do Estado”, completa.
Aeroporto receberá investimentos
Durante visita à Cachoeiro, o deputado Federal Evair de Melo (PV), disse que o projeto de investimento em Cachoeiro continua. “O governo anterior foi irresponsável. Anunciou um plano de aeroportos regionais no Brasil que não tinha o mínimo de fundamento e criou uma falsa expectativa. O governo atual está requalificando os projetos. O nosso projeto continua com os estudos em andamento. Precisamos ter a compreensão que não tem a mínima disponibilidade financeira para atender a expectativa”, explica.
Os recursos seriam provenientes do programa de investimentos em aviação regional lançado pela presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), que sofreu corte de Michel Temer (PMDB). O governo petista previa investimentos na ordem de R$ 7,3 bilhões.
“O aeroporto te Linhares está anunciado, porque é o projeto mais adiantado no Espírito Santo entre os quatro regionais. Temos ainda Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e São Mateus. Depois de Linhares, o aeroporto que está sem segundo estágio é o de Cachoeiro. Os estudos não estavam prontos e ficou para o segundo pacote de investimentos”, continua o parlamentar.
Segundo o deputado, o aeroporto de Cachoeiro não está paralisado. “Vamos avançar no próximo estágio e liberar as licenças para o aeroporto de Cachoeiro. Finalizado o projeto e as licenças, tenho certeza que tanto o Governo do Estado como toda a bancada vai trabalhar muito para executar essa obra tão importante para a região”, ressalta.
Evair faz parte da comissão que investiga as obras paradas no Governo. “Toda a bancada capixaba está mobilizada para que as licenças aconteçam, para que não se repita com o que acontece com a BR-101. O Governo fez concessão sem licença ambiental, sem desapropriar, sem saber onde ia fazer o contorno de Iconha até Rio Novo do Sul, isso não pode mais acontecer com obra pública”, completa.