Economia

Com 13º insuficiente, prêmio acumulado da Mega-Sena é esperança para fugir da crise

Na falta de sorte, veja orientação de economista para quem está endividado e quer utilizar o pagamento de fim de ano para saldar os débitos e fugir dos juros

Com o fim de ano chegando, o 13º salário é a salvação de grande parte da população que se encontra endividada. No entanto o recurso, que em outros tempos possibilitava ao trabalhador até mesmo fazer compras de natal sem aperto, não tem sido suficiente, em época de crise, nem mesmo para deixar as contas em dia.

E se o dinheiro está curto, o jeito é apelar para a “fezinha”. Com o prêmio acumulado da Mega-Sena podendo chegar a R$ 22 milhões nesta quarta-feira (07), muitos capixabas foram às lotéricas tentar a sorte.

Para grande parte dos apostadores, acertar as seis dezenas da Mega-Sena significa, primeiramente, a quitação de todas as dívidas. Um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) aponta que metade da população de Vitória está endividada. Segundo a oitava edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, a capital capixaba é a que possui a maior taxa de inadimplência do país: 49%.

Foto: Rodrigo Araujo
Capixabas aproveitaram o prêmio acumulado da Mega-Sena para fazerem suas apostas

Segundo o economista Eduardo Araújo, a orientação para quem está endividado é utilizar o 13º para saldar os débitos, justamente para evitar o encargo de juros. Ele cita uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que aponta que 70% da população não consegue guardar dinheiro, justamente por ter que destiná-lo para o pagamento de dívidas.

Araújo lembra ainda que, com o pagamento do 13º, muitas pessoas tendem a gastar mais, por estar com mais dinheiro no bolso. Segundo ele, é importante ter prudência na hora de utilizar o recurso, já que a expectativa de melhora da economia para o ano que vem ainda não é concreta.

“Nos últimos quatro anos pelo menos 10% das pessoas que estavam empregadas perderam o emprego. Além disso, as pessoas que estão empregadas recebem um salário que não conseguiu acompanhar a inflação. Então o poder de compra das pessoas está menor hoje”, alertou.