A Vale lançou oficialmente, nesta sexta-feira (07), um equipamento que deve reduzir de 50% a 80% a emissão de poeira gerada nos pátios de pelotização do Complexo de Tubarão, na Grande Vitória.
A ação faz parte do Plano Diretor Ambiental (PDA) da empresa, anunciado em agosto do ano passado, e do Termo de Compromisso Ambiental (TCA), assinado no mês seguinte, em parceria com a ArcelorMittal e o Governo do Estado. O cumprimento total do acordo está previsto para até 2023.
A ferramenta usada pela Vale é um canhão de névoa que lança vapor de água na atmosfera, para reduzir as partículas de poeira. Em agosto de 2018, a Vale anunciou a intenção de diminuir em 93% a emissão do pó preto, por meio de um investimento avaliado em quase R$ 1,3 bilhão.
“Cada equipamento tem sua caraterística. Hoje temos três canhões em um pátio. Então, nesse caso, há estimativa de redução entre 50% e 80%. Estamos testando na operação industrial, mas vamos saber quanto será ao todo futuramente. Nesse pátio, há emissão de até 4 kg de poeira por hora”, afirmou o especialista em meio ambiente da Vale, Romildo Fracalossi.
O PDA tem dois objetivos. O principal é reduzir a emissão de poluentes do Complexo de Tubarão. O segundo é aumentar a gestão hídrica para quase 100%, tendo a própria fonte de água.
Canhão de névoa
O canhão aspira o ar através de uma turbina, semelhante à de um avião, e a água é liberada como uma névoa. O grande efeito desse controle é o tamanho da gota, aproximado ao tamanho da poeira gerada naquela fonte. Se não for de tamanho similar, não consegue fazer a limpeza dessa poeira, formada nos pátios de pelotização.
A partícula de água se une à de poeira e essa fusão traz o resultado. “Essa água vem de fonte alternativa e também da concessionária”, completou Fracalossi.
Instalado com altura de aproximadamente 4 metros, o alcance do canhão é de 150 metros, ligado em diagonal, com giro de 360 graus. Cada canhão pesa 6,5 toneladas e 7 metros de comprimento. O equipamento pode funcionar preventivamente.
Velocidade do vento, radiação solar, direção do vento, concentração de partículas e volume de chuva: em qualquer uma dessas variáveis, quando estiver acima do limite, o canhão de névoa será ativado automaticamente.
“Em 30 segundos, todos esses três canhões são acionados quando atingido o limite de uma dessas variáveis. Pelas nossas pesquisas, esse tipo de estrutura existe há cerca de 11 anos. Encontramos uma siderúrgica do Egito com essa instalação. Estamos trabalhando ao máximo para reduzir nossa influência nessa poeira, que se transforma em pó preto”, disse Fracalossi.