Por conta da pandemia do novo coronavírus, a ordem do fechamento dos comércios no Espírito Santo causou um grande impacto econômico.
Com os caixas vazios e muitos pagamentos a serem realizados, empresários de diversos setores têm adotado novas medidas para dar a volta por cima.
Bruna Gui, que é design de consumo, especialista em trabalhos para desenvolvimento e estudo de marcas, acredita que o momento é de análise de novas possibilidades de vendas, com o mercado online. Bruna orienta que, investir no e-commerce e no atendimento personalizado, é uma ótima saída para atrair consumidores, pois dessa forma o empresário proporciona uma experiência de compra para o consumidor de uma forma agradável, entendendo o que o cliente realmente procura.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, entre 24 de fevereiro e 18 de março, as vendas online cresceram 30%, sendo 13 milhões de pedidos neste período. Em alguns segmentos o aumento foi maior, como o de beleza e perfumaria, com crescimento de 57% nas vendas, impulsionado principalmente pela compra de sabonetes. Os produtos de saúde também subiram, alcançando 65% de aumento neste formato de compra.
Para Bruna, as pessoas precisam se sentir seguras neste momento para que estas compras sejam efetuadas já que essa forma de compra é algo novo para muitos consumidores e que também existem riscos. Por isso, é preciso usar uma comunicação clara, objetiva e cativante, buscando entender as características do consumidor e oferecer exatamente o que pode ser mais atrativo para a maioria deles.
A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico teve uma alta nos pedidos de empresários para criar negócios na internet, de 15 para 150 por dia. Muitas empresas, que tiveram que fechar, migraram para o e-commerce, como um canal alternativo de fonte de receita. O segmento que mais vendeu neste meio foi o de alimentos. As vendas online deste setor saltaram mais de 100% em duas semanas.
“Além da grande necessidade de consumo destes produtos, esse tipo de comércio também já estava parcialmente inserido no meio online. Agora, o que houve foi uma adaptação forçada para quem ainda lutava contra a força do digital, que pode ter vindo para ficar, neste e em todos os outros segmentos. Estamos sendo forçados a evoluir nas compras por e-commerce, e se os comerciantes desta área souberem aproveitar e se renovar com esta tendência do mercado, eles poderão conquistar espaço, até mesmo para seguir se mantendo após a crise. Afinal, há uma expectativa também em relação a uma mudança no comportamento do consumidor, mesmo após esta crise”, analisa a especialista.
Adaptação dos serviços para levar qualidade
O empresário Tiago Bertolo, dono da Figata ’Pizza & Birra’, fez algumas adaptações nos seus atendimentos, buscando uma qualidade maior no serviço e tentando evitar a queda no faturamento.
“Nós já contávamos com uma estrutura nesta parte, mas devido ao momento, estamos reforçando os processos internos e ampliando os produtos disponíveis, focando agora na experiência de entrega e consumo dos produtos em casa pelo cliente. Até agora, tivemos um retorno positivo no fluxo dos clientes que já estavam conosco e também de novos clientes. Porém, a realidade de faturamento é muito inferior daquele com um fluxo normal das casas abertas”.
O empresário está com uma loja recém-inaugurada no Shopping Vitória fechada e, com isso, centralizou os atendimentos na unidade da Praia do Canto, em Vitória.