Economia

Comércio volta a funcionar e capixabas vão às compras na Grande Vitória

O comércio capixaba enfrenta um prejuízo de R$ 225 milhões. A estimativa divulgada pela Fecomércio-ES, aponta um perda de R$ 45 milhões por dia

O movimento está aumentando na Grande Vitória e, aos poucos, os capixabas voltam a trabalhar, encaram às ruas e saem às compras. Na manhã deste sábado (11), na Expedito Garcia, em Cariacica, o número de pessoas na região aumentou e boa parte do comércio já estava aberto. Com uma semana de manifestação de amigos e familiares da Polícia Militar, que resultou na paralisação da classe, o comércio capixaba enfrenta um prejuízo de R$ 225 milhões. A estimativa divulgada pela Fecomércio-ES aponta um perda de R$ 45 milhões por dia.

Durante o programa especial sobre a crise na segurança pública do Estado, transmitido pela Rede Vitória, a repórter Francine Leite conversou com uma moradora em Cariacica, diretamente da Expedido Garcia, sobre o retorno do comércio na região. “Está ótimo, mas ainda preferia os policiais aqui na rua. Sou a favor deles, apesar de não ter marido, filho, nenhum parente PM. Prefiro que a gente tenha um policial satisfeito na rua”, disse.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo diz acreditar ainda que o prejuízo pode ser maior e estima-se que o faturamento no mês de fevereiro caia em torno de 30%. Além disso, mais de 300 lojas foram saqueadas ou depredadas — totalizando um prejuízo de R$ 25 milhões para os comerciantes capixabas. As lojas mais visadas são as que comercializam eletrodomésticos, joalherias, e roupas no estilo surfwear.

No entanto, apesar dos números ruins, o presidente da federação, José Lino Sepulcri, afirma que “a ordem está sendo retomada” e diz acreditar que a situação pode começar a melhorar já no início da semana que vem. “Os dados do comercio são horríveis. Não houve um dia normal no comércio e a situação está dificílima. Mas me parece que está caminhando para o fim. Tivemos uma reunião com o alto comando do exército para que possamos fazer uma avaliação e se necessário um projeto de ação”.

Sepulcri conta que, além da Fecomércio e do alto comando do exército, participaram da reunião representantes do SESC, Senac, Associação Comercial do Espírito Santo e empresário do setor de supermercados. Para o presidente do Fecomercio-ES, o setor participou do encontro porque está preocupado com a falta de suprimentos devido à falta de segurança dos transportadores.”A partir de amanhã, as tropas já estarão patrulhando os bairros e também dando condições de segurança para que os caminhões que estão em regiões periféricas cheguem aos seus destinos livres de assaltos e depredações”.

De acordo com Sepulcri, a federação está distribuindo uma nota solicitando que os empresários abram seus estabelecimentos. “Isso também depende muito da volta da circulação dos coletivos, mas a expectativa é que na segunda a gente já tenha vida nova”.

A Fecomércio-ES informou que vai disponibilizar um fundo de R$ 1 milhão aos lojistas que necessitarem fazer reparos emergenciais nos estabelecimentos que sofreram depredação. Os empresários terão até 90 dias para quitar o empréstimo. A Federação também irá negociar, junto ao governo, empréstimo com juros subsidiados para atender aos lojistas para reposição de seus estoques.