Colecionar seguidores nas redes sociais pode transformar a rotina de quem compartilha atividades diárias com milhares de pessoas em milhares de reais. Usadas como forma de comunicação, informação e entretenimento pela maior parte de quem acessa, Instagram, YouTube e redes semelhantes tornaram-se negócios e fizeram surgir uma nova (nem tão nova assim) profissão: o influenciador digital.
O marketing de influência não é o que podemos chamar de novidade. O conceito de contratar personalidades para apresentar e dar relevância a um produto ou marca já é um conceito explorado há um tempo considerável. Contudo, num contexto de presença massificada de redes sociais na vida das pessoas, um novo jeito de fazer tomou forma. E não é mais necessário ser um ator de novela famoso, ícone dos palcos ou atleta de renome para se tornar embaixador de uma marca.
A expansão desse mercado, que multiplica por mais de sete vezes o retorno sobre o investimento em ações de influenciadores, de acordo com medição realizada pelo Influencer Marketing Hub, e apresenta-se como canal de aquisição de cliente de crescimento mais rápido, segundo pesquisa da Tomoson com profissionais de marketing, expande também as possibilidades para os usuários das redes sociais, que tornam-se os conhecidos influenciadores.
Contudo, é impossível comparar o alcance de Whindersson Nunes, apontado como maior influenciador do país pela Folha de São Paulo, com mais de 28 milhões de inscritos no Youtube, com o do influenciador que atua regionalmente. Desta forma, os influenciadores podem ser divididos em categorias, cada uma delas com possibilidades estratégicas para alcançar os objetivo específicos de uma marca.
A aceleradora de negócios digitais e produtora de conteúdo sobre o mercado digital YouPix fez uma descrição de sete diferentes tipos de influenciadores que fazem parte das principais estratégias que envolvem esse mercado.
Os Top Celeb, de acordo com o levantamento, são aquelas celebridades que todo mundo conhece, mas que não necessariamente se encaixam no perfil da marca. São ideais para atingir público grande e variado, contudo, por não ter relação direta com a marca, podem não gerar conversão em números ou vendas.
Diferente das Fit Celeb, aquelas personalidades que todo mundo conhece e têm tudo a ver com a marca ou o produto que a empresa deseja dar visibilidade, ou seja, são perfeitos para ações que atinjam muitas pessoas e tenham boa taxa de conversão. Parece ideal, mas esse encaixe tem um custo: o custo. Por seu tamanho, esse tipo de influenciador exige um maior aporte de investimentos.
As autoridades também são parte significativa do mundo da influência digital. Com audiência também influente, a concordância de autoridades com um ação aumenta sua relevância e ajuda a empresa a trabalhar a percepção da marca.
O YouPix também trata de um conjunto de influenciadores menores. A descrição trata isso como Ecossistema. A abordagem reunida pode ajudar a construir melhor o posicionamento da marca pelo poder de repercussão do grupo.
Os Trendsetters são aqueles que dominam uma área de conhecimento específica e são líderes em seus temas. Eles também contribuem para o posicionamento da marca.
Os últimos tipos de influenciadores apresentados pelo YouPix são os jornalistas e o “Publico Interno”. Os jornalistas podem alcançar muitas pessoas através dos veículos de “mídia tradicional” em que atuam, já o público interno são os micro-influenciadores da própria empresa. Seus colaboradores, que ajudam a humanizar a marca e difundir visão e valores.
O negócio do negócio
Entender todos esses tipos e descobrir o melhor para cada marca ou produto é um dos negócios que surgiram a partir do crescimento da presença de influentes no cotidiano das pessoas. Com sede em pelo menos oito países e três escritórios no Brasil, um deles no Espírito Santo, a Spark entendeu o mercado de influência e decidiu fazer parte, criando pontes entre marcas e influenciadores.
Fabíola Nascimento, produtora executiva da Spark em Vitória, explica que a empresa realiza uma análise de audiência e engajamento para indicar o influenciador correto para cada campanha. Para isso, a empresa realiza um cadastro de influenciadores de todos os tipos, assuntos e tamanhos. De acordo com Fabíola, são 250 contas cadastradas no Espírito Santo.
“A gente tem que saber explorar o conteúdo. Hoje as pessoas estão em busca de experiências, precisamos gerar envolvimento e quanto mais real aquilo, mais resultado a gente gera. Às vezes o empresário acha que aquela pessoa tem tudo a ver com a marca dele, mas o que ele quer explorar de conteúdo pode não ser tão bacana”, explica a produtora.
“Quando a gente fala de gente como a gente a pessoa se identifica né?”, resume.