Escrito por Daniela Hemerly Emery Cade, associada do Instituto Líderes do Amanhã.
O Open Investment, a nova fase do Open Finance, promete transformar o mercado de investimentos brasileiro ao democratizar o acesso à informação e estimular a concorrência entre as instituições financeiras. Por meio da abertura de dados, os investidores terão uma visão completa de seus portfólios, independentemente de onde seus investimentos estejam alocados. Isso permitirá comparar ofertas e tomar decisões mais conscientes e assertivas. A expectativa é que essa iniciativa promova maior eficiência, inovação e benefícios aos consumidores e à economia como um todo.
O Open Finance, anteriormente conhecido como Open Banking, foi implementado no Brasil em quatro fases a partir de 2021. A primeira fase, no início de 2021, focou no compartilhamento de dados entre instituições financeiras, incluindo informações sobre canais de atendimento, tarifas e produtos. Em agosto de 2021, a segunda fase começou a incluir dados dos clientes, como identificação e movimentações financeiras. A terceira fase, em outubro de 2021, integrou o Pix, permitindo pagamentos e transferências fora dos aplicativos bancários. Em dezembro de 2021, a quarta fase transformou o Open Banking em Open Finance, abrangendo dados sobre câmbio, seguros, previdência privada e investimentos. O Open Investment, que parte dessa última fase, permite que instituições financeiras acessem dados de investimentos dos clientes, facilitando a oferta de produtos e serviços personalizados.
O Open Investment incentiva a inovação e a eficiência no mercado. A abertura de dados facilita o desenvolvimento de novas tecnologias, como algoritmos de recomendação e análise de investimentos, que podem ajudar os investidores a otimizarem suas estratégias e maximizar seus retornos. Além disso, a integração de dados permite que aplicativos financeiros ofereçam funcionalidades avançadas, como dashboards personalizados e alertas inteligentes, para proporcionar uma experiência de usuário mais intuitiva e eficaz.
O atendimento ao investidor também é aprimorado, com a possibilidade de serviços mais rápidos e personalizados, acessíveis diretamente pelos aplicativos. Isso estimula as instituições financeiras já estabelecidas a aprimorar seus serviços e reduzir custos para permanecerem competitivas, o que resulta em um mercado mais dinâmico e eficiente.
A abertura de dados é acompanhada de rigorosos protocolos de segurança para proteger as informações dos investidores. As instituições financeiras devem aderir a padrões elevados de proteção de dados, garantindo que as informações sejam compartilhadas de forma segura e apenas com o consentimento dos clientes. Além disso, a transparência proporcionada pelo Open Investment permite que os investidores tenham uma visão clara das práticas das instituições financeiras, o que aumenta a confiança no sistema e facilita a fiscalização por parte dos reguladores.
O Open Investment representa um marco na evolução do sistema financeiro brasileiro. Ao promover a inovação, eficiência, inclusão financeira, segurança e transparência, ele tem o potencial de transformar a forma como os investimentos são gerenciados e acessados no Brasil. À medida que o mercado se adapta a essa nova realidade, espera-se que os benefícios se tornem cada vez mais evidentes, proporcionando um ambiente mais justo para todos os participantes. Com isso, o Open Investment não só fortalece o mercado financeiro, mas também contribui para o desenvolvimento econômico do país.
INFOMONEY. Open Investment: o que é e como funciona. InfoMoney, 17 maio 2023. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/guias/open-investment/. Acesso em: 29 maio 2024.