Economia

Consignado para CLT ultrapassa R$ 1,28 bilhão em empréstimos em uma semana

Valor médio de empréstimo consignado por trabalhador foi de R$ 6.623,48. Em geral, as parcelas ficaram em R$ 347,23 e, também em média, o prazo de pagamento é de 19 meses.

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Valores até agora foram apenas do consignado via Carteira de Trabalho Digital. Crédito: Thiago Soares/Folha Vitória

Em vigor desde o dia 21 deste mês, o novo crédito consignado para trabalhadores do setor privado com registro em carteira (CLT), batizado de Crédito do Trabalhador, realizou R$ 1,28 bilhão em empréstimos, segundo relatório da Dataprev divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

No período, os bancos realizaram 11,6 milhões de propostas de crédito. Nesse sentido, as instituições converteram 193 mil (1,66% do total) em contratos. Além disso, os dados são o acumulado até as 17h desta quinta-feira, 27.

O Crédito do Trabalhador promete oferecer melhores taxas do que as do consignado privado já existente no mercado. Ou seja, ele está disponível para 47 milhões de trabalhadores, incluindo domésticos, rurais bem como contratados por microempreendedores individuais (MEIs). Até então, o crédito consignado privado não atendia esses trabalhadores.

Ainda segundo o balanço divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o valor médio de empréstimo por trabalhador foi de R$ 6.623,48. Em geral, as parcelas ficaram em R$ 347,23 e, também em média, o prazo de pagamento do crédito é de 19 meses.

Consignado como opção

Segundo Francisco Macena, ministro em exercício, os trabalhadores buscam “recuperar sua saúde financeira trocando opções mais caras, como o crédito rotativo do cartão, por alternativas mais acessíveis”, disse, em nota distribuída pelo ministério.

Ele recomenda avaliar os empréstimos com calma. Além disso, é recomendável aguardar um número maior de instituições financeiras apresentarem suas ofertas.

O governo federal tem a expectativa de que até 2029 25 milhões de trabalhadores tenham acesso a essa modalidade de crédito.

Grandes bancos

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) diz que o volume de operações deve crescer com a oferta direta pelos bancos, que terá início apenas no dia 25 de abril.

Por ora, o interessado deve fazer a simulação e solicitação por meio da CTPS Digital, que é a primeira fase do programa. Na segunda fase, que começa no final de abril, os bancos poderão oferecer essa nova linha de crédito consignado dentro de suas plataformas digitais. Nesse sentido, a partir daí, os clientes que já possuem contratos antigos poderão fazer a migração para o novo modelo.

Uma terceira fase está prevista para 6 de junho, quando será possível, aos que já possuem crédito consignado privado, fazer a portabilidade entre bancos.

Quatro entre os cinco maiores bancos do Brasil já oferecem o consignado CLT pela Carteira de Trabalho Digital. Contudo, sem dar detalhes, o Santander disse que “por enquanto, confirmamos apenas que iremos oferecer o consignado privado”. Além disso, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, bem como Caixa Econômica Federal já ofertam essa modalidade, segundo as instituições.

Como fazer o consignado para CLT?

Para acessar o crédito, é necessário que os trabalhadores tenham a Carteira de Trabalho Digital. Nesse sentido, veja a seguir como solicitar o empréstimo consignado para CLT:

  • Acesse a Carteira de Trabalho Digital na sua loja de aplicativos para Android ou iOS 
  • Faça login com sua conta gov.br ou biometria (para quem já tiver cadastrado)
  • Na página principal, clique no banner com o nome do programa, “Crédito do Trabalhador”
  • Na próxima aba, em outro banner, serão oferecidas mais informações sobre o programa antes de acessar a simulação – clique no botão “Faça uma simulação” 
  • A plataforma irá mostrar o seu vínculo trabalhista, o valor máximo de empréstimo que você pode pedir, e, logo abaixo, duas caixas que devem ser preenchidas, denominadas “De quanto você precisa?” e “Em quantas parcelas você quer pagar?” 
  • Após o preenchimento, clique no botão azul, “Simular empréstimo” 
  • Ele informará qual é a taxa de referência e o valor total a ser pago 
  • Depois, o sistema informa que as instituições poderão oferecer condições ainda melhores; 
  • Para seguir com a proposta, é necessário concordar em compartilhar os dados;
  • Depois disso, em até 24 horas, os bancos irão fornecer outras opções, que podem ser melhores do que as informadas anteriormente.