ESG: o que é e como é aplicada na construção civil
Uma sigla vem ganhando cada vez mais popularidade no mercado da construção civil é ESG, que vem do inglês: environmental, social and governance, ou seja, meio ambiente, sociedade e governança.
Na prática, de acordo com o engenheiro Civil, Ambiental e de Segurança do Trabalho Giuliano Battisti, conceito de ESG tem como fundamento o próprio conceito da sustentabilidade, que passa pelo cuidado dos aspectos ambientais, sociais e econômico, mas com um viés voltado para a responsabilidade da governança no cumprimento das diversas exigências legais.
No conceito de ESG, as empresas não podem se esquecer da necessidade de desenvolver a missão da corporação considerando os impactos que suas ações podem ter na realidade social e ambiental em que está inserida.
“Assim como um Sistema de Gestão de Qualidade ou Planejamento Estratégico de uma empresa não pode alcançar o sucesso esperado sem que a alta direção da empresa esteja comprometida com os resultados, podemos dizer que, do mesmo modo, um sistema de ESG precisa que os gestores, colaboradores e fornecedores estejam alinhados e permeados pela cultura do compromisso e da responsabilidade pelos resultados almejados”, explica.
Battisti destaca que a adoção de práticas de ESG estão se tornando bastante comum nas empresas. Para ele, muitas já perceberam, por um ou outro motivo, que ao assumirem e cumprirem compromissos de ESG muitas vantagens e contrapartidas do mercado passam a ser disponibilizadas, pois, além de agradar os clientes que buscam este diferencial, existe uma tendência mundial de incentivos tributários para as empresas que adotam estas práticas sustentáveis.
“Quando falamos da indústria da construção civil, hoje em dia, mais do que erguer uma edificação e garantir que ela seja funcional, é preciso, já durante as primeiras etapas do projeto, pensar no respeito as políticas ambientais de consumo consciente dos recursos naturais como a água e energia, reduzir as emissões de carbono, garantir conforto e saúde aos ocupantes e, claro, respeitar a realidade socioeconômica da região”, explica.
“Além disso, na própria construção da edificação, deve-se priorizar a redução do desperdício de materiais e insumos, o cuidado com os funcionários, impacto para a vizinhança, a boas práticas nas tratativas com todos os envolvidos, partes interessadas e órgãos públicos, atendendo, também, os critérios de compliance e transparência”, completa.
Segundo Battisti, para uma boa implantação de ESG, a governança precisa se atentar ao fato de ser recomendado que indicadores que possam ser medidos e comparados sejam adotados. Isso serve para serem realizadas análises de desempenho e da maturidade da internalização da cultura e prática de ESG na empresa.
O engenheiro ainda ressalta que com todas as preocupações para o desenvolvimento e cumprimento da visão, missão e valores da organização, muitas vezes os diretores e gestores não conseguem dedicar o tempo necessário para o tema. Para Battisti, é aí que surge a necessidade de as empresas possuírem um departamento específico o acompanhamento a ESG.
“As empresas podem, inclusive, buscar certificações que tangibilizem e definam os critérios e ações que precisam ser adotados de modo a ter, em determinado prazo estipulado e inserido no Planejamento Estratégico da Empresa, definido pela governança, para que, atendendo esses critérios e ações, a empresa possa atender as expectativas do mercado e de seus investidores, respeitando o meio ambiente e a sociedade”, finaliza.