Luz quente, neutra ou fria: qual a diferença entre elas?
A luz, seja ela artificial ou não, é um dos recursos mais utilizados na atualidade na composição decorativa e arquitetônica dos ambientes. Existem opções e estratégicas, disponíveis para todos os gostos e para os níveis de apreciação de cada usuário.
Segundo o arquiteto Júnior Cunha, há três considerações importantes antes de definir o tipo de iluminação para ser usada em cada ambiente:
“Em primeiro lugar, é preciso compreender que apesar de existirem normas técnicas na hora de especificar a quantidade e o tipo de iluminação necessária para cada ambiente, a percepção do usuário final é o que deve ser levada em consideração, pois este fator é muito subjetivo, sendo assim, o que é muito claro para uma pessoa, pode ainda estar escuro para outra”, explica.
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“Analisado este primeiro ponto, o segundo ponto é desmistificar que a temperatura de cor da luz, seja quente, neutra ou fria, a qual a unidade medida é kelvin (K), esteja relacionada a potência das lâmpadas, quando, na verdade, trata-se apenas da coloração percebida a olho nu, ou seja, duas lâmpadas com o mesmo fluxo e potencial luminoso, podem possuir duas temperaturas de cores diferentes”, complementa.
Cunha explica que o melhor exemplo que existe para a compreensão da iluminação pode ser encontrado na natureza, com a luz do sol.
“O sol é uma fonte inesgotável de luz e sua frequência de irradiação é a mesma ao longo de todo o dia, apesar de o sentirmos em diferentes intensidades a depender do horário devido ao seu posicionamento em relação à terra. O que também influencia na sua coloração, ou trazendo para a linguagem do nosso assunto, a sua temperatura de cor”, explica.
De acordo com o arquiteto, o último ponto a ser observado está relacionado ao que de fato determina a potência de uma iluminação artificial, em que, na maioria das vezes, é erroneamente associada a sigla de watts (W), o que por sua vez é a unidade de medida apenas de consumo energético kg/h na concessionária de energia.
Junior explica que esse equívoco acontece porque, antigamente, quando ainda o led não existia ou não tinham tanto alcance no mercado como hoje, compravam-se lâmpadas pela quantidade de watts presente na embalagem, com valores populares conhecidos entre 15w, 20w, 60w e até 100w.
“Entendia-se que isto se relacionava ao fluxo luminoso das lâmpadas, o que até certo ponto, não está errado, de fato e pela lógica, se quisermos iluminar mais, subentende-se que é preciso aumentar o consumo de energia. Contudo, a medida que de fato irá expressar o real fluxo luminoso de uma lâmpada é conhecido por lúmens, às vezes sinalizado apenas pela sigla (LM) nas embalagens das lâmpadas, portanto, podemos ter, por exemplo, duas lâmpadas de led que consomem 9w potência/consumo, entretanto, possuem diferentes quantidades de lúmens. Por isso, é importante verificar a embalagem do produto que se está comprando e/ou consultar profissional técnico que seja especialista do assunto”, sugere.
Como escolher a melhor luz para cada ambiente
Segundo Júnior, usualmente, o tipo de temperatura de cor é associado ao uso que se tem no ambiente, portanto, tendo em vista que a maioria dos lares é geralmente divididos em áreas íntimas/privativas, sociais/coletivas e serviços/trabalhos, é importante ter algumas informações:
“Lembrando, mais uma vez, que o usuário final do ambiente tem que ser levado como o principal fator de determinação da temperatura de cor, pois existe uma recomendação geral como a acima e que atende o maior número de pessoas, entretanto, as particularidades de cada pessoa e ambiente, precisam ser consideradas. A exemplo disso, temos as pessoas com espectro autista que, muitas das vezes, apresentam padrões de escolhas específicos e possuem na maioria das vezes sensibilidade a luz”, finaliza o arquiteto.