Modern Construction Show é divisor de águas na Construção Civil
Após três dias de debates, a primeira edição do Modern Construction Show, no início de outubro, no Anhembi, em São Paulo, levou a uma constatação unânime: a modernização do setor da construção industrializada é um caminho sem volta e que se acelera a cada ano. O evento reuniu 40 expositores, 60 palestrantes e 2.600 visitantes de 11 países, sobretudo tomadores de decisão de compra, entre executivos de construtoras e incorporadoras, engenheiros, arquitetos, projetistas e responsáveis de órgãos públicos, entre outras atividades da construção industrializada.
Dados inéditos da Pesquisa Nacional da Construção, realizada pela FGV/Ibre, apontam que o Nordeste é a segunda região com mais empresas (19,2%) dispostas a aumentar os processos de construção industrializada, ficando atrás apenas do Sudeste (50,4%). Ainda segundo a sondagem, 38% das empresas do setor em todo o país querem aumentar os processos da construção industrializada, método que já responde por 64,5% dos processos construtivos no Brasil.
Segundo a pesquisadora Ana Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre e responsável pela pesquisa, os projetos do Programa Minha Casa Minha Vida contribuíram para este resultado. “O programa deu maior previsibilidade ao volume de recursos direcionados para a habitação, permitindo às empresas investirem na construção industrializada, pois, além da grande redução do tempo de obra, também proporciona eficiência e redução de custos”, disse.
Presente na feira, o vice-governador do Estado de São Paulo, Felicio Ramuth, destacou que “a construção industrializada é crucial para o desenvolvimento de soluções habitacionais, sobretudo, para ajudar na redução do déficit de moradias no Estado”.
Mão de obra
Um desafio destacado pelos participantes foi a falta de mão de obra no setor. Os profissionais estão mais velhos, já que os jovens vêm perdendo o interesse pela atividade. Uma saída pode ser o que o Grupo SteelCorp fez: lançou uma escola para formar e aperfeiçoar profissionais especializados. “A Steel Academy é a nossa academia focada na formação de mão de obra especializada. Filho de pedreiro quer ser Uber hoje em dia. Estamos formando menos engenheiros também. É um mercado antigo. Sai de cena o pedreiro e entra o montador. Também faremos curso voltado para arquiteto, pedreiro, projetistas e técnico de engenharia”, disse Roberto Justus, CEO da empresa.
Tributação
A questão tributária também foi muito discutida. André Rebelo, diretor executivo de Gestão, Infraestrutura e Construção Civil da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), afirmou que a reforma tributária poderá acabar com a atual assimetria tributária entre a construção tradicional e a industrializada (ou off site), que favorece a primeira. “Isso tornará ainda mais atraente a construção industrializada, uma vez que a produtividade deste segmento é mais alta”, disse.
Financiamento
Outro desafio importante é a questão do financiamento. Hoje, o segmento de incorporação e construção imobiliária joga com o longo ciclo do setor para facilitar o pagamento, sobretudo pelas dificuldades financeiras de boa parte da população. De 20% a 30% do valor do imóvel são pagos como sinal à incorporadora, entre o lançamento e a entrega das chaves. Os restantes – 70% a 80% – são pagos depois, por meio de financiamento bancário, no maior número possível de parcelas.
Mas a construção industrializada reduz muito esses prazos, o que pode diminuir o tempo de pagamento e dificultar a vida do comprador. “O menor prazo da construção industrializada não pode impedir o financiamento. E há soluções para isso”, afirma Hamilton Leite Jr., head da São Paulo Brain Inteligência Estratégica. Segundo ele, estão sendo estudadas propostas como financiamento de 100% do projeto, tanto para a incorporadora, como para o comprador. Ou o envolvimento de fundos privados, que aceitam mais riscos do que os bancos.
50 anos da ABCEM
A feira foi idealizada pela ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica), Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), ABCLS (Associação Brasileira da Construção Leve e Sustentável).
O encerramento do evento foi a comemoração pelos 50 anos da ABCEM. Segundo seu presidente, Horácio Steinmann, nos últimos tempos, a entidade tem investido em parcerias com universidades visando a desenvolver a disciplina de Estruturas Metálicas, uma vez que são raras as escolas de engenharia que contam com essa cadeira em sua grade curricular. “Já conseguimos bons frutos na Universidade Mackenzie e, em breve, devemos ter novidades na Fatec. Isso é muito importante porque, de modo geral, o Brasil sempre priorizou o concreto. Ora, tudo o que se faz em concreto pode ser feito de uma forma diferente, mais rápida e industrialmente”, afirma.
Com relação ao Modern Construction Show, ele considera que foi uma primeira edição muito bem sucedida, com paineis técnicos que trouxeram importantes informações para o público presente. Quanto às perspectivas de negócios para 2025, Steinmann está otimista. “Trabalhamos muito com a indústria e este setor está reagindo de forma muito positiva. Os segmentos de siderurgia, mineração, papel e celulose e de infraestrutura estão bem interessantes; a área governamental também apresenta boas perspectivas para o mercado de estruturas e construções metálicas em geral”, conclui.
Soluções híbridas com diferentes materiais
Um dos destaques da primeira edição do Modern Construction Show foi a discussão em torno dos materiais empregados na construção industrializada. Enrico Mangoni, professor da Universidade de Florença e executivo do Studio Mangoni, na Itália, foi um dos palestrantes internacionais, durante o seminário Construmetal, da ABCEM. Ele trouxe o tema da construção híbrida: “A gente está buscando soluções industrializadas para a construção civil e minha contribuição é a síntese desse evento, porque enquanto o Modern Construction Show tenta unir mundos diferentes, minha palestra tratou das construções híbridas, que tentam reunir soluções e materiais diferentes”.
Expositores do evento:
ALVES & MORAES PRE FABRICADOS LTDA
RAYFLEX PORTAS FLEXÍVEIS LTDA
BRAFER CONSTRUÇÕES METÁLICAS S A
ELEVA BRASIL SOLUÇÕES EM ELEVAÇÃO SA
GEOREVEST INDUSTRIA E COMERCIO DE GEOMEMBRANA PARA IMPERMEABILIZAÇÃO LTDA
PERFIMINAS INDUSTRIA METALURGICA LTDA
THERMO-ISO INDUSTRIA E COMERCIO DE ISOLAÇÕES TÉRMICAS LTDA.
JOSEPH YOUNG EDITORIAL LTDA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA EM CONCRETO – ABCIC
PLANNIX SOLUÇÕES EM SOFTWARE LTDA
STEELCORP CONSTRUCTION S.A
ASSOC BRAS DE ENGENHARIA E CONSULTORIA ESTRUTURAL ABECE
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
AFEAL ASS. NACIONAL DE FABRICANTES DE ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – ABRAMAT
DRYWALL – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DRYWALL
EDITORA SIGNER LTDA
SIND. NACIONAL EMPR ARQUITETURA E ENGENHARIA CONSULTIVA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO METÁLICA
CONSELHO REG DE ENG E AGRONOMIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SUSTENTECH
WEILLER – C. HOLZBERGER INDUSTRIAL LTDA
PRÉ-VALE PRÉ-FABRICADOS LTDA
ALUCOMAXX BRASIL – INDÚSTRIA E COMERCIO DE REVESTIMENTOS LTDA
WEILLER – C. HOLZBERGER INDUSTRIAL LTDA
INBUILT SERVIÇOS DE ARQUITETURA S.A.
METASA SA INDÚSTRIA METALÚRGICA
PREMOVALE PROJETOS E CONSTRUCOES LTDA
COMFORT LUX SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO LTDA
CASSOL PRÉ-FABRICADOS LTDA
CIBI EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA EM RECUPERACAO JUDICIAL
MAIS CONTROLE SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA
SMART CENTER COMÉRCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA
CIA INDUSTRIAL H. CARLOS SCHNEIDER
TGM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA
LABOR EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS LTDA
SRS ENGENHARIA E DESENVOLVIMENTO LTDA
TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO
MARKO SISTEMAS METÁLICOS DE CONSTRUÇÃO LTDA
PERFILOR S/A CONSTRUÇÕES, INDÚSTRIA E COMÉRCIO
ISOESTE METÁLICA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
METALÚRGICA BARRA DO PIRAÍ S/A
MULTIPLUS APOIO ADMINISTRATIVO LTDA
MARKO SISTEMAS METÁLICOS DE CONSTRUCAO LTDA
TRIMBLE BRASIL SOLUÇÕES LTDA
LEONARDI CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA LTDA