Presidente do Sinduscon traça balanço e perspectivas para o setor da Construção Civil

Alex Pandini

divulgação.

Fim de ano é época de colocar na balança o ano que passou e traçar os rumos do próximo que está batendo à porta. O blog está ouvindo as principais lideranças do setor de Construção Civil e do mercado imobiliário capixaba nessa reta final de 2023. Hoje, vamos dar início ao balanço do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon/ES).
Para o presidente do Sinduscon/ES, Douglas Vaz, o ano de 2023 pode ser considerado bom para o Brasil e muito bom para o Espírito Santo no ramo da construção civil. Ele lembra que a performance do estado foi uma das melhores do país no setor, ficando atrás apenas de Santa Catarina, Ceará e Mato Grosso. Considera também a boa gestão fiscal do Governo do Estado como um diferencial importante para o crescimento acima da média nacional.

Douglas Vaz, presidente do Sinduscon/ES. Foto: divulgação.

GOVERNANÇA

“Com um ambiente saudável de governança, novas divisas surgem e abrem perspectivas na construção civil, com obras viárias como as rodovias 388 e do Mestre Álvaro, o contorno de Jacaraípe, obras de infraestrutura como o aeroporto de Linhares, e, na iniciativa privada, a atração de novos negócios que geram trabalho para a gente, na construção de galpões para indústrias, a própria obra do porto em Aracruz, que é parte do processo de instalação da ZPE, enfim, um ambiente inteiro que se desenha por aqui e permite, além dos lançamentos imobiliários, uma gama de empreendimentos que nos colocam mais uma vez acima da média de crescimento no país”, avalia.

MERCADO E EMPREGABILIDADE

Com base nos dados divulgados em primeira mão pelo blog, da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi/ES), é possível saber que 2023 foi o 3º melhor ano no quesito vendas na série histórica medida pelo órgão. O presidente do Sinduscon avalia que isso se reflete diretamente no aumento da produção e consequentemente no número de empregos. “O setor da Construção Civil é um dos que mais geram vagas de trabalho. Neste ano, entre janeiro e setembro, tivemos um aumento de 16,8% na mão de obra empregada, com relação ao mesmo período do ano passado”, informa Douglas Vaz. Foram 8.086 vagas de trabalho com carteira assinada, alcançando um estoque de 65.095 vínculos celetistas ativos. A maioria dos contratados está na área de obras de infraestrutura.

Crédito foto: Elsa Fiúza, Agência Brasil.

AVALIAÇÃO ECONÔMICA

Douglas Vaz lembra que o ano de 2023 começou com a taxa básica de juros, a Selic, ainda alta, em 13,75%. “Juros altos servem como freio para o mercado imobiliário, pois o financiamento tem um papel importante na movimentação desse segmento. E, para um investidor, comprar imóvel torna-se menos atraente do que optar por deixar seu dinheiro no mercado financeiro”.

Desde agosto, o Banco Central vem reduzindo a Selic, que chegou a 12,25 pontos percentuais, retração provocada pela inflação em queda e estabilização da economia. A expectativa do mercado da construção civil é que esses cortes na Selic continuem até chegar a um índice na casa de um dígito apenas, até meados de 2024. “Isso tem efeitos positivos para quem compra, com prestações mais acessíveis, e para quem constrói, com possibilidade de financiar a produção”, diz o presidente do Sinduscon/ES.

 

Dia Nacional da Habitação

MINHA CASA, MINHA VIDA

O Minha Casa, Minha Vida volta a estar em evidência, principalmente após as novas regras do programa que entraram em vigor desde julho, que também teve uma retomada da faixa 1 (que contempla famílias com renda até R$ 2.640). Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o programa provocou um avanço de 35,8% a mais nos lançamentos a partir do terceiro trimestre do ano.

 

Para Douglas Vaz, os reflexos dessa retomada serão melhor percebidos de fato a partir de 2024. “Com o anúncio, veio a expectativa, mas ainda levou-se um tempo para a definição dos critérios e outras questões técnicas. Mesmo assim, o setor se preparou e se prepara para essa retomada, que vai ser melhor sentida daqui para a frente”, diz. A expectativa no setor é que, em 2024, exista orçamento suficiente para garantir a produção e o financiamento para a aquisição dos imóveis pelo programa, com perspectiva de que a participação nas vendas cresça também nesse período. “O que significa que o programa passa por uma fase de equilíbrio, após a adequação dos tetos, descontos e subsídios”, analisa.

 

2024 também será um ano especial para o Sinduscon/ES porque o órgão vai completar 90 anos de existência. Mas esse e outros pontos referentes ao ano que vem serão assunto do blog de amanhã.

Foto de Alex Pandini

Alex Pandini

Alex Pandini é jornalista, tem 53 anos e mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além de repórter e apresentador na TV Vitória, é responsável pelo conteúdo da plataforma ConstróiES.