Sol e muito calor. Segundo os meteorologistas do Climatempo, a onda de calor que atinge a Região Sudeste até o fim do mês aumentou a incidência sobre o Espírito Santo, gerando um aumento de até 7 °C acima da média. Mas como controlar essa alta temperatura dentro de casa? A resposta vem a partir da compreensão da cidade e do uso de materiais e tecnologias construtivas alternativas.
Segundo o arquiteto, professor e conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES), André Lima, a construção de edifícios não deve ser vista de forma isolada da cidade, pois é essencial que os espaços se integrem ao ambiente urbano. Assim, é fundamental que a casa se adapte ao local, considerando fatores naturais como incidência do sol e ventilação, que são determinantes para o conforto térmico.
Lima reforça que em um país com clima quente e ensolarado, a orientação da residência deve minimizar a exposição solar e favorecer a circulação de ar. “Para além da orientação da residência, o uso de materiais isolantes, como os blocos de cerâmica, contribui para a eficiência térmica da casa.
Ele sugere a associação com elementos arquitetônicos, como brises e cobogós, que proporcionam um sombreamento, mas potencializam o conforto térmico pois permitem a circulação do ar. “O telhado também deve ser projetado com materiais claros, que refletem a luz solar e evitam o aquecimento excessivo do interior da residência”, explica André.
Ele cita a importância da vegetação no controle da temperatura, uma importância crucial, já que oferece sombra e resfriamento natural. A escolha de revestimentos de alta massa térmica, como pedras, e o uso de cores claras nas superfícies também ajudam a reduzir o calor. Uma outra sugestão para o clima interno é a inserção de jardins e verticais nos projetos.
O conselheiro do CAU-ES pontua ainda sobre a importância em refletir sobre as mudanças trazidas pelas novas tecnologias e seus impactos na arquitetura e a construção. “O uso crescente de materiais como aço e vidro, embora essenciais para a modernidade, tem distanciado a construção da relação harmoniosa com o ambiente natural, uma conexão que os povos originários sempre souberam explorar com maestria”. Ao adotarem técnicas adaptadas às condições específicas de cada região, diz André, “essas civilizações conseguiam garantir não apenas conforto térmico, mas também eficiência energética e durabilidade”.