Economia

Construção de ferrovias no Norte do ES vai gerar quase 24 mil empregos

Corredor Ferroviário Centro Leste composto por quatro ferrovias, está na fase final de licenças e deve começar a operar em 2031. Vagas serão diretas e indiretas

Audiência Pública Ferrovia da Petrocity politica governador
O presidente do Grupo Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, apresentou o projeto das 4 ferrovias que terão ramais no Norte do ES. Crédito: Thiago Soares

Uma obra grandiosa que pode gerar quase 24 mil empregos diretos e indiretos apenas na fase de implantação e 1,7 mil na operação. Este é o projeto do Corredor Ferroviário Centro Leste, um conjunto de quatro ferrovias que vão ligar a costa do Espírito Santo, em São Mateus, ao interior do Brasil. O andamento do projeto foi apresentado em uma audiência pública realizada no Palácio Anchieta nesta quarta (15), com presença do governador do Estado, Renato Casagrande, do presidente da Frente Parlamentar Mista das Ferrovias Autorizadas, o senador pelo Pará, Zequinha Marinho, de autoridades e representantes de empresas.

Ao todo serão 2.160 quilômetros de estradas de ferro, que serão divididos em 4 ferrovias: a EF-030, Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek, São Mateus – Barra de São Francisco – Brasília; a EF-456, Estrada de Ferro Minas Espírito Santo, Barra de São Francisco – Santana do Paraíso; a EF-355, Estrada de Ferro Planalto Central, Brasília – Mara Rosa; e a EF-A20, Estrada de Ferro Corumbá de Goiás – Anápolis.   

A previsão é de que, nos momento de pico de contratação, todas as quatro demandem 19.500 empregos diretos. Em média, deverão ser 8.499 empregos diretos. Deverão ser gerados também 3.910 vagas indiretas no pico de contratação e uma média de 1.700 vagas. Para a operação das ferrovias, a previsão é de contratação de 1.787 trabalhadores, com cargos voltados à manutenção, gerência, supervisão e administrativos.

Veja abaixo a tabela de vagas:

O presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Paulo Baraona, informou durante a audiência pública que o Sesi está pronto para preparar e qualificar a mão de obra que será necessária nas obras de devem começar em 2026. Ele disse ainda que a implantação do projeto do Grupo Petrocity é um marco para o desenvolvimento do Estado, que carece de infraestrutura para crescer ainda mais.

“Na educação, na saúde, no comércio, nada acontece sem infraestrutura. O Estado está se tornando um hub de logística, que é uma vertente de crescimento para o Brasil e é por isso que uma ferrovia como esta faz todo o sentido aqui. Principalmente pela localização que nós temos, estamos a 1.200 km da maior parte do PIB nacional e das maiores cidades do Brasil”, pontuou Baraona.

A apresentação foi conduzida pelo presidente do Grupo Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva. Ele apontou as fases de desenvolvimento dos projetos e garantiu que a etapa de   desapropriações começa ainda no meio deste ano. Ele disse ainda que espera que ainda este ano o Estado apoie o projeto firmando o convênio para isenção total do ICMS, com base na decisão do CONFAZ nº 120 para projetos de investimentos ferroviários. “Aproveitamos a presença do governador Renato Casagrande aqui para fazer esse pedido e assim vencermos mais uma etapa da instalação das ferrovias”.

O governador garantiu o apoio do Estado e chamou a atenção para a importância do desenvolvimento de projetos logísticos na formação do ambiente de negócios no Espírito Santo. “Queremos fortalecer o ambiente do Estado e cada vez mais nos relacionarmos com o mundo. As ferrovias do Grupo Petrocity são importantes para que isso aconteça”, disse Casagrande.

O Corredor Ferroviário Centro Leste é um projeto que conta com investidores da iniciativa privada. A instalação das ferrovias deve custar em torno de R$ 35 bilhões. Além do projeto ferroviário, o grupo tem o porto de São Mateus em fase de instalação, já encomendou a fabricação de quatro rebocadores e conta com um projeto robusto para geração de energia com aproveitamento da exploração de gás natural no Norte do ES.