Economia

Copom deve elevar taxa Selic em 1 ponto na reunião desta quarta

Copom deve elevar taxa Selic pela quinta vez consecutiva, de 13,25% para 14,25% ao ano. A reunião é a segunda sob o comando de Gabriel Galípolo

Copom: alta para conter inflação no país. Crédito:  Raphael Ribeiro/ Banco Central
Copom: alta para conter inflação no país. Crédito: Raphael Ribeiro/ Banco Central

Pressionado pelo preço dos alimentos e da energia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta (19) em quanto elevará a taxa básica de juros, a Selic. A reunião é a segunda sob o novo comando do presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Esta poderá ser a quinta elevação consecutiva da Selic. Nesse sentido, segundo o boletim Focus mais recente, a taxa deve subir 1 ponto percentual nesta reunião. Ou seja, o percentual vai de 13,25% para 14,25% ao ano.

No comunicado da última reunião, em janeiro, o Copom confirmou que elevará os juros básicos em 1 ponto percentual na reunião de março. O agravamento das incertezas externas e os ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo no fim do ano passado justificam o aumento.

Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa subiu em setembro do ano passado: 0,25 ponto. Depois teve mais uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual.

Copom quer frear inflação

Na ata da reunião mais recente, o Copom alertou para o prolongamento do ciclo de alta da Selic. Segundo o BC, o cenário de inflação de curto prazo segue adverso. O motivo é, principalmente, o aumento nos preços dos alimentos. Nesse sentido, mantido esse cenário, o comitê aponta que a inflação deve ficar acima da meta pelos próximos 6 meses.

Segundo o último boletim Focus, a estimativa de inflação para 2025 está em 5,66%, contra 5,6% há quatro semanas. Em outras palavras, é inflação acima do teto da meta contínua. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu esta meta em 3% para este ano. Porém, o teto pode chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.

Taxa Selic

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.