Economia

Copom reforça aumento menor na taxa de juros em maio

Segundo Copom, tamanho total do ciclo será ditado a partir de maio pelo seu "firme compromisso de convergência da inflação à meta" e dependerá do cenário

Galípolo, presidente do Banco Central: boletim pós Copom aponta para cenário melhor. Crédito: Geraldo Magela/Agência Senado
Galípolo, presidente do Banco Central: boletim pós Copom aponta para cenário melhor. Crédito: Geraldo Magela/Agência Senado

Comitê de Política Monetária (Copom) repetiu, na ata da sua última reunião, que antevê um novo aumento “de menor magnitude” na taxa Selic no seu próximo encontro, de maio. No entanto, a sinalização já constava no comunicado divulgado na última quarta-feira, 19. Na decisão, o Banco Central aumentou os juros em 1 ponto porcentual, de 13,25% para 14,25% ao ano.

O Copom também reforçou que, a partir de maio, o tamanho total do ciclo será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta” e dependerá da evolução do cenário.

Para além da próxima reunião, o comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação. Em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos. Ata do Copom

A elevação sinalizada pelo Copom em maio colocaria a taxa em ao menos 14,50%, o maior nível desde os 14,75% atingidos em julho de 2006. Ou seja, ainda no primeiro governo do presidente Lula. Nesse sentido, o mercado espera altas de 0,5 ponto percentual em maio e de 0,25 ponto em junho. Em outras palavras, as altas levariam os juros a 15,0% no fim do ciclo de aperto, segundo o último relatório Focus.

Copom repete projeções

O Copom também repetiu as projeções de inflação que já haviam sido divulgadas no comunicado da última quarta-feira. Do mesmo modo, o comitê espera que o IPCA atinja 3,9% no acumulado de 12 meses até o fim do terceiro trimestre de 2026. É o horizonte relevante da política monetária. Porém, a estimativa está acima do centro da meta, de 3%, e considera elevação de 3,8% para os preços livres e de 4,2% para os administrados.

O BC espera que o IPCA encerre 2025 em 5,1%, acima do teto da meta, de 4,5%. As estimativas consideram altas de 5,4% nos preços livres e de 4,3% nos administrados este ano.

Todas as projeções do BC partem do cenário de referência, com trajetória de juros extraída do relatório Focus e bandeira verde de energia elétrica em dezembro de 2025. A taxa de câmbio começa em R$ 5,80 e evolui conforme a paridade do poder de compra (PPC). Os preços do petróleo seguem aproximadamente a curva futura por seis meses e, depois, sobem 2% ao ano.