A crise financeira que assola o país desde o início do ano já tem reflexos profundos no mercado de trabalho capixaba. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o Espírito Santo encerrou o quarto mês com menos 6.499 postos de trabalho.
O principal setor afetado foi o comércio. De janeiro a abril, foram 5.432 demissões em todo o Estado e, segundo a Junta Comercial do Espírito Santo (JUCEES), 1.215 lojas fecharam suas portas. Para o diretor financeiro da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do ES (Fecomércio-ES), Marcus Magalhães, as perspectivas não são nada promissoras.
“Estamos enfrentando um ano com desafios, uma crise conjuntural que obriga os lojistas a fazerem adequações nas empresas e essas mudanças exigem demissões”, afirma Magalhães, que prevê um cenário melhor apenas no segundo semestre de 2016.
O número de demissões na indústria capixaba está um pouco menor, mas também apresenta instabilidade. No primeiro quadrimestre do ano, o setor demitiu 1.332 trabalhadores e deu férias coletivas ou licença remunerada a outros três mil, de acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra. “É uma forma de segurar a mão de obra especializada e não levar prejuízos aos funcionários, mas não é possível ao empresário segurar essa situação por muito tempo”, explica Guerra.
O verde da esperança
Segundo os dados do Caged, o único setor que apresenta crescimento é o da Agricultura. Somente no mês de abril, foram preenchidos 3.315 postos de trabalho na área agrícola e de pecuária do Espírito Santo, contra 201 demissões.