Espírito Santo tem o menor tempo médio para abertura de empresa do país
Em janeiro de 2021, o nível de atividade econômica no Brasil já havia retornado ao patamar do mesmo mês do ano anterior, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Contudo, com o recrudescimento da pandemia, a produção e a geração de empregos deve ser prejudicada novamente.
Nesse contexto, a agência de classificação de risco Austin Rating projeta que o Brasil pode ter a 14ª maior taxa de desemprego do mundo em 2021, entre 100 países analisados: 14,5%! Afinal, como superar esse desafio?
Em 2020, o PIB brasileiro sofreu uma queda histórica de 4,1%. Para 2021, a projeção do FMI é de crescimento de 3,7%. Por outro lado, o Banco Central, por meio da pesquisa Focus, sinaliza aumento de 3,17%.
Esses resultados se encontram abaixo do esperado para a média global de 6% e de emergentes, como o México (5%). Assim, ao que parece, a recuperação brasileira, mesmo aquém do resto do mundo, ocorrerá por aumento da produtividade. Isso porque a economia aumentará, mesmo que com o desemprego em níveis elevados.
Por isso, os indicadores para o PIB, sozinhos, não são um bom parâmetro para sinalizar a recuperação brasileira. Os dados do mercado serão fundamentais para análises que buscam entender como parte da retomada irá influenciar a população como um todo.
A crise causada pela pandemia foi mais um choque forte sofrido pela economia brasileira. Isso porque muitos dos efeitos da última recessão de 2016 não foram totalmente superados. Nesse cenário, o desemprego pode persistir na economia brasileira, gerando uma série de consequências para a população mais vulnerável.
“Os mais afetados desde 2015 têm sido os mais jovens. As crises de 2015-16 e agora de 2020-21, têm como característica predominante o maior impacto negativo sobre os trabalhadores menos experientes”, afirma Daniel Duque, doutorando em economia pela Norwegian School of Economics e que atuou como pesquisador na FGV sobre indicadores de mercado de trabalho.
Para ele, o problema da recessão prolongada se caracteriza por dois pilares: em primeiro lugar, os trabalhadores que estão desempregados por longos períodos tendem a ficar defasados, pela ausência da realização de atividades produtivas. Por outro lado, a juventude desempregada afeta o crescimento, uma vez que “o primeiro emprego acaba sendo um forte determinante para a trajetória da vida produtiva de um adulto.”
Ele explica que “há poucas possibilidades de políticas ativas” que podem ser tomadas. “Em geral, a experiência internacional encontra efeitos nulos ou muito modestos em relação à subsídios sobre encargos trabalhistas. Mas, em termos de bom custo-efetividade, temos bons exemplos de políticas de larga escala de feiras de emprego, facilidade de conexão trabalhador-empregador, subsídio a custo de transporte para desempregados e incentivos e informação via mensagens no celular”, conta.
Assim, ele alerta para o papel da imunização em massa para uma retomada econômica sustentável e que gere mais empregos e renda.
“No fim, não existe solução temporária, apenas uma definitiva: imunização em massa da população”, salienta. “Sem essa medida, a pandemia terá efeitos prolongados sobre a economia ao gerar incertezas e represar investimentos das empresas, piorando ainda mais as estatísticas relacionadas a emprego e renda”, conclui.
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