As medidas do governo do ES estão chegando na ponta?
O fim do Big Brother Brasil, o tão sonhado R$ 1,5 milhão tem uma dona: Juliette Freire. Contudo, na era de domínio das redes sociais e das parcerias entre influenciadores e empresas, o prêmio deixou de ser apenas o dinheiro: fama, seguidores e o chamado capital reputacional podem ser a maior recompensa que um reality show pode oferecer aos participantes — e algo não restrito a apenas o vencedor final.
O investidor Warren Buffett certa vez afirmou: “São necessários 20 anos para construir uma reputação e apenas cinco minutos para destruí-la”. Hoje, no mundo da informação, esse tempo pode ser ainda menor. Não à toa, bastam cerca de 100 dias — ou menos — para que os brothers saiam da casa amados ou odiados por grande parte dos brasileiros e espectadores. Porém, mesmo diante de uma repercussão negativa do participante no programa, tudo depende de uma boa “gestão de crise” na sequência.
A atual edição do reality é um exemplo claro desse fenômeno: a cantora Karol Conká, eliminada com a maior rejeição da história do programa, ganhou 100 mil seguidores no Instagram ao longo de sua participação. Mas esses números dizem pouco da situação real: a sister teve um pico de pouco mais de 1,8 milhões de seguidores, mas o número caiu após ser intitulada “a vilã do BBB 21”. Para piorar a situação, após as polêmicas, Karol chegou a correr o risco de perder R$ 5 milhões em cancelamento de shows e contratos de patrocínio, segundo a revista Forbes. Ou seja, quase cinco vezes o prêmio do vencedor, o que apenas ilustra o potencial financeiro que uma perda de reputação pode causar. Logo após a saída do programa, a cantora conseguiu “controlar a narrativa”, e lançou um bem sucedido documentário: atingiu o recorde histórico de consumo do Globoplay, acumulando 716 mil horas assistidas em um único dia.
Outro grande exemplo é o da advogada e maquiadora Juliette Freire, que começou o programa com menos de quatro mil seguidores no Instagram e, hoje, tem quase 24 milhões de seguidores na rede. A campeã, que ganhou a prova do líder no dia 28 de abril com uma mensagem no celular modelo Galaxy Z-Flip, da Samsung, proporcionou o esgotamento do produto no site da marca.
Um ótimo exemplo do potencial de capital reputacional vem da edição passada: Marcela McGowan, saiu do programa com um valor próximo da premiação, mesmo sem ser a vencedora. Antes do programa, a médica ginecologista tinha um curso sobre autoconhecimento e sexualidade. Apenas ao longo do programa, seu curso vendeu quase R$ 1,2 milhões.
Expandindo o raciocínio para fora da “casa mais vigiada do Brasil”, a reputação se tornou um bem intangível. Assim, empresas, influenciadores e marcas tendem a se preocupar cada vez mais com sua imagem perante terceiros.
Para as empresas, a reputação é fundamental para manter a boa imagem frente aos clientes e se conectar ao público-alvo. Não à toa, cada vez mais elas investem em iniciativas como Environmental, Social and Corporate Governance (ESG).
Já para indivíduos, a boa reputação pode garantir bom emprego e prestígio social, além de retornos monetários. Apesar do campo específico ser recente para uma investigação rigorosa da ciência, a análise de custo benefício na economia auxilia a entender a importância da reputação.
Para o caso do Big Brother Brasil, o custo para os participantes em termos emocionais e temporais é claro. Afinal, os concorrentes ficam semanas ou meses confinados, sem contato com familiares, amigos e compromissos profissionais, paralisando sua vida no momento em que aceitam entrar na casa. Por outro lado, os famosos que são convidados possuem uma carreira construída em anos e que pode ser manchada ao longo do reality.
Contudo, os benefícios, principalmente na era digital, podem ser ainda maiores: grande parte dos brothers saem conhecidos por milhões de brasileiros, que impulsionam sua fama e engajamento nas redes sociais, atraindo patrocínios das mais diversas marcas e empresas e outras oportunidades que, provavelmente, nunca teriam ocorrido sem a participação no programa. No fim das contas, ganhando ou perdendo, o R$ 1,5 milhão não vale quase nada perto da mudança de vida que um reality show como o BBB pode proporcionar aos seus protagonistas.
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