Os problemas da MP da Eletrobras
Em coluna anterior, a Data Business fez o primeiro acompanhamento das medidas tomadas pelo governo do Espírito Santo para auxiliar empresas diante da pandemia. Nesse sentido, entramos em contato com o Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) e do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) para entender melhor como está a demanda e a operacionalidade das linhas de crédito, com o objetivo de saber se essas ações estão realmente chegando na ponta, isto é, às empresas.
Na linha de Microcrédito Emergencial Covid-19, o banco liberou cerca de R$ 29,8 milhões em 6.467 contratos com empreendedores capixabas dos mais diversos segmentos, em comparação aos R$ 29,4 milhões em 6.366 contratos informados em nosso último levantamento. Para que tal medida tivesse viabilidade, ela conta com a garantia do Fundo de Aval Bandes, que concede garantia total ou parcial aos empréstimos levantados por micro e pequenas empresas. O objetivo é auxiliar MEIs, autônomos, cooperativas e na agricultura familiar.
Esses recursos saem do caixa do Tesouro Estadual e subsidiam as linhas de financiamentos criadas pelos bancos públicos. O Banestes também opera outras linhas de crédito de emergência desde março do ano passado, na primeira onda de pandemia no estado, e que até o momento atual, foram liberados aproximadamente R$ 585,8 milhões ao todo. Esses dados correspondem com o período de entre 1º de março de 2020 (01/03/2020) a 16 de maio de 2021 (16/05/2021).
Além do Fundo de Aval, o Bandes opera também o Fundo de Proteção ao Emprego, que começou seu funcionamento no dia sete de abril.
No primeiro momento dessa atualização, segundo a área de comunicação do banco, as propostas feitas, que estavam em fase de análise e cadastro no último acompanhamento, agora correspondem a R$ 5 milhões de contratos com empresários de todo o ES. Segundo o relatório de acompanhamento do Fundo de Proteção ao Emprego, foram liberados somente R$ 3,3 milhões até a última segunda-feira (17).
Contudo, em entrevista agora pela manhã com o Secretário de Desenvolvimento Econômico Tyago Hoffmann, novos números foram apresentados. Até ontem, quarta-feira (19), foram aprovados R$ 10,1 milhões em 50 projetos. Ainda estão em análise cerca de R$ 132 milhões em 254 contratos. “O número de operações realizadas em alguns dias é superior ao que o banco faz, em média, ao longo de um ano. Trata-se do maior volume de operação da história do Bandes”, destacou.
O secretário afirmou ainda que a operação não depende apenas do banco, pois eventualmente pode faltar documentações ou mesmo ficar pendente a assinatura do contrato, que é o único procedimento físico da operação. “Muitos empresários são do interior, alguns estão em viagem e podem demorar alguns dias a mais para celebrar o contrato”, explica.
Assim, R$ 250 milhões foram aportados pelo Tesouro Estadual no Bandes para que a medida entrasse em operação. Em comparação, fundo similar do governo de São Paulo foi de R$ 100 milhões. A demanda total, segundo a última atualização que tivemos acesso, foi de R$ 218,23 milhões, a partir de 356 pedidos realizados.
A ideia da ação é fornecer capital de giro para empresas de todos os portes, facilitando acesso a empréstimos à taxa Selic com carência e prazo total de 12 e 60 meses, respectivamente. Hoffmann afirmou que a expectativa é que nos próximos 30 dias a maior parte dos valores solicitados e que preencheram os requisitos sejam liberados. Até o momento, foram feitos mais de 400 atendimentos a empresas interessadas.
Vale destacar que o Fundo ainda está recebendo solicitações, havendo mais informações disponíveis no site do Bandes.
A Coluna foi atualizada com a entrevista ao secretário e os dados atualizados às 10:42.
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