Maio 2021
25
Luan Sperandio
DATA BUSINESS

porLuan Sperandio

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Por que esse cenário é o mais provável?

Uma premissa de toda campanha que envolve um candidato que busca a reeleição é que tende a ser uma validação, ou não, por parte do eleitorado do governo de situação. Se a maioria estiver satisfeita, o ocupante do cargo tende a ser favorito e ser reeleito para mais um mandato. Caso contrário, os votos migram para o candidato que consiga transmitir para a percepção do eleitorado como “a melhor oposição”.

Nesse contexto, apesar da crise econômica, sanitária e alguns desentendimentos políticos, Jair Bolsonaro sempre obteve pelo menos 20% a 25% de ótimo/bom na avaliação dos eleitores, em diversas pesquisas. Por isso, em 2022, o atual presidente será um forte candidato.

Por outro lado, o PT, que é o principal partido do país, com a militância mais bem organizada, tende a estar no segundo turno também. Desde 1994, a agremiação se consolidou como uma força em termos de intenção de votos, superando a marca de 28% no primeiro turno em todas as eleições presidenciais desde então. A campanha de 2018 é um exemplo disso: mesmo com Fernando Haddad confirmando sua candidatura no andamento da corrida eleitoral, o PT foi capaz de chegar ao segundo turno. Assim, esses fatores tornam um concorrente petista um dos favoritos nas eleições.

“Centro democrático” é possível?

Nas oito simulações elaboradas pela pesquisa, Lula flutua entre 35% e 37%, enquanto as intenções de voto em Bolsonaro variam entre 30% e 32%. Contudo, percebe-se que um terço dos eleitores estão fora dos polos bolsonarista e lulista. De acordo com o Ideia BigData, os indecisos possuem o seguinte perfil: 60% avaliam o governo atual como regular, 57% possuem renda mensal maior que 5 salários mínimos, 52% pertencem às classes A e B e 51% moram na região Sudeste. Vale registrar que tais características são similares a fatia da população que mais desaprovam o governo, o que sugere um desembarque dos segmentos mais instruídos e de maior renda em relação ao presidente.

A partir do cenário descrito, um candidato que queira ser opção entre PT e Bolsonaro deve conquistar ao menos 80% dos votos válidos entre quem não compõe os eleitores mais radicais entre os dois principais candidatos para poder chegar em um eventual segundo turno. Em um contexto de eleição aparentemente fragmentado, com diversos concorrentes entrando no jogo, há poucas chances de um terceiro candidato ser bem sucedido.

Entre os possíveis candidatos, há dificuldades de se nacionalizar o discurso, criar uma narrativa e criar uma militância digital bem organizada. Além disso, as chances de haver uma “frente ampla”, reunindo diversos presidenciáveis, também é remota: todos que dizem defender uma frente ampla, a aceitam apenas se forem os líderes desta.

Segundo turno

Nas simulações de segundo turno, o ex-presidente Lula, com 45% das intenções de voto, superaria Bolsonaro, que aparece com 37%. Neste momento, Lula é o único que venceria Bolsonaro.

Nas demais simulações, Bolsonaro vence Luciano Huck (45% a 39%), Ciro Gomes (40% a 37%), Sérgio Moro (40% a 36%), Doria (46% a 33%), Tasso Jereissati (44% a 30%) e Eduardo Leite (44% a 29%). O petista, por sua vez, também vence Huck (44% a 40%), Moro (43% a 40%), Ciro (43% a 35%), Leite (47% a 30%), Tasso (47% a 30%) e Doria (45% a 28%).

Dessa forma, até o momento, um terceiro candidato ainda não possui forças para fazer frente ao petismo e ao bolsonarismo em 2022. Questões envolvendo a pandemia, a vacinação e a retomada econômica podem influenciar esse cenário, favorecendo Bolsonaro ou o enfraquecendo. Neste segundo caso, seria necessário um nome capitalizar-se com uma narrativa de terceira via. Por enquanto, o cenário base para as próximas eleições presidenciais no Brasil é composto por Bolsonaro X PT.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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