Como as manifestações contra o governo podem afetá-lo?
Ontem (1), foi divulgado pelo IBGE o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano. O resultado foi crescimento de 1,2% se comparado à última união de três meses de 2020, consolidando um resultado superior às expectativas do mercado de 0,9%. Por hora, esse movimento complementou o famoso “V” da recuperação, levando o produto da economia ao mesmo nível pré-crise. Contudo, vale lembrar que a tendência para os próximos meses não será a mesma do esperado no final de 2019.
Do lado da oferta da economia brasileira, a agropecuária foi puxada pela movimentação no mercado de commodities, fechando em um resultado de crescimento em 5,7 pontos percentuais. Além disso, a indústria extrativa também surpreendeu positivamente, influenciado, basicamente, pelo mesmo mercado, com crescimento de 3,2%. Por outro lado, com a reabertura da economia nos dois primeiros meses de 2021, o comércio esboçou reação positiva, fechando o período com 1,2% de alta. Por fim, o setor de transporte, armazenagem e correios, com evolução em 3,6%, contribuiu de forma expressiva para o setor de serviços, movido pelos movimentos de comprar e comércio online.
Na demanda, os investimentos puxaram a evolução dos resultados, principalmente na formação bruta de capital fixo (+4,6%), isto é, o quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital, que servem para produzir outros bens. As importações também apresentaram resultados crescentes em 11,6% e as exportações fecharam em evolução de 3,7%. Outro fator que chamou atenção foi a redução no consumo do governo, com queda de 0,8% e a pequena recaída no consumo das famílias em 0,1%.
De acordo com o research da Exame Invest, o crescimento esperado para 2021 é de 5,2%, que reflete não apenas o primeiro trimestre acima do esperado, mas também o avanço da vacinação no país e a retomada econômica mesmo em meio à segunda onda. Já o BTG revisou para cima as expectativas de crescimento, chegando a 4,4%.
Contudo, é importante ficar de olho nos próximos movimentos do mês de junho, uma vez que há riscos de uma terceira onda de Covi19 no país, dada a nova variante indiana que chegou em território nacional no último mês.
Dessa forma, o avanço da vacinação é essencial para manter a retomada econômica, mas para que o crescimento não seja apenas uma recuperação de curto prazo, é hora de aprofundarmos em reformas!
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória