Empresariado retoma confiança no mês de maio
No Brasil, desde a década de 1980 a produtividade se manteve praticamente estagnada, crescendo apenas 5% segundo apuração da Total Economy Database. Nesse sentido, país fica atrás de países latino-americanos como o Chile (+84%) e Colômbia (+52%) e com resultados muito inferiores a outros como Coréia do Sul (+408%), Estônia (+248%), Cingapura (+199%), Estados Unidos (+115%), Suécia (90%) e Nova Zelândia (67%).
A produtividade de um país representa o quão eficiente ele é em converter seus insumos em produtos. Em outras palavras, esse indicador é um dos principais determinantes do crescimento econômico consistente no longo prazo. Ou seja, um aumento nesse indicador gera não só uma produção maior com a mesma quantidade de trabalho e fatores de produção, mas na prática, cria incentivos para que mais investimentos sejam realizados, uma vez que há “solo fértil” para obter retornos reais mais elevados.
No Brasil, segundo estudo divulgado em publicação do Insper, algo entre 30% e 50% do crescimento do PIB per capita na última década pode ser creditado ao aumento das taxas de ocupação e de participação no mercado de trabalho. Isso significa que esse movimento foi motivado, em grande parte, pelo conhecido bônus demográfico com novos entrantes na população economicamente ativa do que pelo aumento da produtividade da economia brasileira.
O problema é que esse fenômeno não é mais esperado nos próximos anos. Ou seja, a evolução consistente da produção de bens e serviços no Brasil apenas será possível a partir do crescimento real dessa variável. Porém, examinando os dados expostos acima e comparando, principalmente com países pares, as últimas décadas não foram tão positivas. Ou seja: ficamos para trás.
Nesse cenário, a boa notícia é que o desempenho passado não determina a performance futura. Assim, é possível reverter esses movimentos. Contudo, para que isso ocorra, mudanças estruturais na economia brasileira são necessárias. Hoje, a principal alternativa é a agenda de reformas com o objetivo de melhorar a regulação do ambiente de negócios mais livre, evitando burocracias e simplificando processos, além de maior transparência e menor desigualdade entre o setor público e privado e reformas educacionais. Sem assumir o compromisso com o setor produtivo e com as próximas gerações, não há como reverter o cenário da produtividade no Brasil.
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