Governo envia 2ª fase da reforma tributária à Câmara
Não há dúvidas que as redes sociais são um grande impulsionador de trajetórias pessoais ou institucionais. Isso porque essas ferramentas possuem um alto potencial de fidelização de clientes e seguidores, o que torna seus usuários propensos a consumir produtos, serviços e conteúdos gerados nelas.
No futebol, esses movimentos não foram diferentes. Diversos clubes nacionais e internacionais adentraram esses meios para intensificar o contato com seus torcedores. Mas como os clubes brasileiros estão utilizando essa estratégia? E qual a possibilidade de se rentabilizarem por esses veículos?
Em 2019, a Internet era utilizada em 82,7% dos domicílios brasileiros. Entre 2008 e 2019, o índice de brasileiros na Rede Mundial de Computadores saiu de 34% para 70%, percentual mais alto do que a média mundial (48,5%), segundo o Banco Mundial. Na prática, isso significa que grande parte da população possui maior acesso aos veículos online, incluindo as redes sociais
Enxergando esse movimento, os times de futebol do país elaboraram uma estrutura de marketing baseada nessas ferramentas, com o intuito de manter contato próximo e presente com seus torcedores. “Comparando o cenário de hoje em relação a 5 ou 10 anos atrás, os clubes passaram por uma reestruturação, visando produzir conteúdos em mídias digitais”, afirma Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios do esporte e autor do livro “O futebol como ele é”.
“Os clubes tem de buscar todos os pontos possíveis com o torcedor. No offline, nas lojas, produtos de venda de produtos licenciados, no estádio… no online é a mesma coisa. É preciso criar pontos de contato para conseguir, em um primeiro lugar, identificar, engajar e depois tentar monetizar. Seja dinheiro direto, com patrocínio específico para rede social, seja indireto… alavancar sócio torcedor, venda de ingresso e coisas do tipo”, explica.
“Essa primeira parte de criação de conteúdo e busca por interação foi bem feita, mas a mensuração dos resultados a partir das redes sociais por parte dos clubes ainda é modesta. Quantos ingressos a mais foram vendidos a partir de cada publicação? Quantos produtos licenciados foram vendidos? Como isso ajuda na formação de novos torcedores? Acredito que ainda está em estágio incipiente de maturidade, algo que os clubes brasileiros ainda precisam desenvolver melhor”, finaliza.
Capelo explica que, apesar do potencial, no momento, as redes sociais ainda não são uma linha de receita relevante. “Mesmo em clubes europeus, os times ainda dependem principalmente de três fatores que guiam os faturamentos: direitos de transmissão de jogos em TV aberta e fechada, patrocinadores e estádio”, afirma.
Elas podem ser utilizadas para impulsionar vendas, levar mais torcedores aos estádios e fortalecer os programas de sócio-torcedor, o que por sua vez ajuda nas receitas do clube e no desenvolvimento dentro de campo, com melhores times e resultados. Contudo, esse mercado ainda precisa ser melhor explorado.
Capelo ainda chama atenção ao fato dos clubes brasileiros buscarem pouco engajamento e internacionalização de marcas. “Ainda não vemos clubes investindo na criação de redes sociais em outras línguas, como o espanhol, em busca de se conectar com torcedores sul-americanos”, exemplifica.
Aliás, vale lembrar que o número de seguidores engajados é muito mais relevante do que o número total deles nas redes, pois estes estão em estágio mais avançado no “funil de vendas dos clubes”. Um caminho que, certamente, as equipes devem trabalhar de forma ainda mais intensa nos próximos anos.
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