O Folha Business, por meio da parceira com o Digaí Podcast, cobriu o 9º Fórum de Liberdade e Democracia de Vitória, organizado pelo Instituto Líderes do Amanhã (ILA), e entrevistou alguns dos painelistas que participaram do evento. Para falar de educação e liberdade, Marcelo Mendonça, um dos fundadores do Digaí, conversou com Daniel José, deputado estadual em São Paulo pelo Novo. Como uma das principais figuras do debate político quando o assunto é educação, principalmente focada na primeira infância, o parlamentar[LS1] falou sobre padronização do ensino, qualidade e o papel do estado no setor.
Confira os destaques desse bate papo e da parceria entre Digaí e o ILAcast, o podcast do ILA.
Marcelo: No seu painel do evento, você comentou sobre a padronização do método de ensino no Brasil. O que isso significa, na prática, para os alunos?
Daniel: Há um debate entre dar mais liberdade para as escolas, dando a autonomia para a escolha de currículo e do que ensinar, contra um modelo de ensino mais padronizado, como é a educação hoje. A minha mensagem, em suma, é de que a padronização é de fato importante. A qualidade do ensino está diretamente ligada com a formação dos professores. Hoje, os 2 milhões de professores no Brasil é muito teórica e pouco prática, além de terem carreiras mau desenhadas e pouco atrativas. Para as matérias básicas, como português e matemática, sem a padronização e a qualidade, é difícil formar profissionais de carreira sucedida e de pensamento crítico. Não à toa, dois terços da população brasileira não sabem diferenciar fatos de opiniões.
Marcelo: Voltando a padronização, você citou as matérias básicas. Como podemos confiar que o padrão é de fato focado na qualidade do ensino e no futuro dos estudantes? Hoje, por exemplo, tanto nos quesitos básicos, quanto em termos de educação financeira, a educação brasileira é péssima. Como mudar isso?
Daniel: Existem algumas matérias que, no meu ponto de vista, deveriam integrar o currículo básico. Por exemplo, finanças pessoais e noções de cidadania, para entendermos como o mundo funciona, como gerir os recursos financeiros que recebemos ao longo da nossa vida e como funciona e qual a história da economia e da política brasileira. Também acredito que disciplinas que disciplinas que desenvolvam nos alunos habilidades socioemocionais são fundamentais, pois sem isso, não há como trabalhar e conviver em sociedade de forma saudável.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
