Economia

Economia brasileira recua de novo no 2º trimestre e confirma recessão, aponta IBGE

Recuo da atividade econômica na indústria foi o principal vilão do encolhimento das riquezas. O principal vilão da redução das riquezas brasileiras entre abril e junho foi a indústria

Entre os segmentos da indústria, a construção civil alavancou a retração do setor Foto: Divulgação

A soma das riquezas brasileiras, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto), recuou 1,9% no segundo trimestre em comparação com os primeiros três meses de 2015, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (28). Entre abril e junho deste ano, o Brasil produziu R$ 1,428 trilhão em riquezas.

Como houve redução de 0,7% das riquezas no primeiro trimestre, trata-se do segundo trimestre consecutivo de queda das riquezas, o que, portanto, indica uma recessão técnica.

O principal vilão da redução das riquezas brasileiras entre abril e junho foi a indústria, setor em que a atividade econômica recuou 4,3% na comparação coms os três meses imediatamente anteriores. A agropecuária registrou uma redução de 2,7% e os serviços, de 0,7%

Entre os segmentos da indústria, a construção civil alavancou a retração do setor, com uma queda de 8,4% em sua atividade. Na sequência, contribuíram para o recuo a indústria de transformação (queda de 3,7%) e as atividades ligadas à cadeia de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, cuja redução foi de 1,5%. Por outro lado, a indústria extrativa mineral teve expansão de 0,3%, indicou o IBGE.

O setor de serviços, que apresentou a queda mais tímida entre os três setores da economia, foi influenciado pelo comércio, cuja queda foi de 3,3% na atividade; transporte, armazenagem e correio (queda de 2%); serviços de informação (recuo de 1,3%); outros serviços (retração de 1%); e intermediação financeira e seguros (diminuição de 0,2%). Na contramão da queda, o segmento de administração, saúde e educação pública registrou ampliação de 1,9% no 2º trimestre, seguido pelas atividades imobiliárias, com alta de 0,3%.

Gastos das famílias
O freio que a dona de casa deu nos gastos se refletiu no resultado do PIB. De acordo com o IBGE, o consumo das famílias apresentou diminuição de 2,1% no 2º trimestre, na comparação com o primeiro trimestre. Foi o segundo trimestre seguido de queda. Os gastos do governo com consumo, por outro lado, aumentou 0,7% nos três meses encerrados em junho.

A escalada do dólar frente ao real também teve reflexo nas riquezas do País. As vendas de produtos e serviços para o exterior aumentaram 3,4% no 2º trimestre em comparação com o 1º trimestre, enquanto as compras do exterior recuaram 8,8%, em relação ao primeiro trimestre de 2015.