Após a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, no último domingo (18), o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, disse que a decisão refletiu o anseio da população. “Ela entendeu que o Brasil pede socorro. Temos um índice muito grande de desemprego e a perspectiva é dobrar até o final do ano”.
Segundo ele, há um grande endividamento das famílias e o governo perdeu a capacidade de governar. “O Governo saqueou as estatais e a Petrobras é uma delas. O Brasil precisa voltar a crescer logo”, destacou.
Guerra declarou ainda que acredita que o impeachment da Dilma é uma questão de tempo e que o Senado irá ratificar o desejo da Câmara. “O país ficou no fundo do poço. Já passou da hora do Brasil reverter essa situação”.
O diretor da Fecomércio-ES, José Carlos Bergamin, também acredita em melhoria dos rumos econômicos nos próximos meses. Para ele, os empresários e a população esperam uma mudança e só com um novo modelo de governo o cenário econômico isso deverá ocorrer. “Precisamos de um novo modelo e governo. Um se encerra para um novo começar. Temos que recomeçar uma nova e boa história de oportunidades e sonhos. Agora é um ambiente positivo, mas tudo tem que ser feito em conjunto. Não dá para se dividir para melhorar. Antes nós vivíamos mal, testamos algo novo, melhorou por um tempo, mas depois voltamos ao que éramos”, disse.
Sobre a aprovação da abertura do processo de Impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o diretor afirmou ter um lado positivo. “O lado bom é que mesmo a gente ainda no túnel, agora ele tem uma luz no fundo. E isso é muito bom para os negócios. A importância não é a crise, mas sim como vamos sair dela. As condições estão deterioradas, mas a falta de ânimo dos empresários de cuidar e desenvolver as empresas é ainda pior. O sentimento é de fechar e diminuir. Com essa mudança no cenário político parte desse problema acaba”.
Ainda segundo Bergamin, um novo caminho se abre para a indústria. “A grande crise econômica e política que vivemos nos fez debater e avaliar as possibilidades. Foi um debate que deu certo e agora não tem mais o que ser discutido. Todos já sabem o que tem que ser feito, agora falta as pessoas se unirem e fazer, mas sem colocar ideologias políticas e convicções. Somos pessoas que compõem uma nação e precisamos nos unir para encontrar novos caminhos. O caminho que seguimos e que a indústria foi sucateada e nós não fizemos exportações terminou. Agora é um novo ciclo”, destacou.