Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Marcos Lisboa, economista e presidente de uma instituição de ensino que atua nas áreas de Negócios, Economia, Direito e Engenharia (Insper), disse que o Espírito Santo está enfrentando corretamente a crise econômica do país.
“Alguns Estados onde os gestores públicos estão preocupados em fazer o correto, como Goiás, Espírito Santo e Mato Grosso, estão enfrentando os problemas de frente. Quer dizer, a União pode auxiliar um pouco os Estados, mas, em troca, é necessário evitar que as fragilidades que hoje existem se repitam”, disse na entrevista.
O comentário de Lisboa foi feito após uma analise da situação do país. Para ele os Estados brasileiros passam por uma crise de solvência, ou seja, eles não estão em condições de fazer frente a suas obrigações correntes e ainda e não apresentam uma expectativa de lucros que garantam sobrevivência no futuro, e isso levará o país a perder mais credibilidade se medidas como a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a Santa Catarina forem acatadas.
A decisão do STF aconteceu na última quinta-feira (07) e agora o estado poderá realizar o pagamento das parcelas da dívida em valores menores do que os exigidos pela União, sem sofrer as sanções legais – em especial a retenção de repasses federais.
Isso afeta diretamente a população. Lisboa acentuou que “no caso da adoção de juros simples na dívida de Santa Catarina, a consequência imediata é acabar com os contratos de crédito de longo prazo”, disse.
Para o economista essa medida é um retrocesso. “É a volta do Brasil velho. Assistimos a uma degradação da economia com ameaças graves, que ocorreram nas duas últimas semanas, que são bastante preocupantes. Se a regra vale para Santa Catarina, ela tem de valer também para a dívida do governo federal. Afinal de contas, o governo federal se endividou para auxiliar os Estados.
Na opinião de Lisboa a previsão para o futuro não é otimista. “Já perdemos o grau de investimento, mas vai piorar. O resultado é menos crescimento e geração de emprego”, informou.