A pandemia do coronavírus tem mudado diariamente a vida da população em todo o mundo. No Espírito Santo, onde o governo estadual decretou situação de emergência em saúde pública nesta segunda-feira (16), aulas estão sendo suspensas, eventos estão sendo cancelados, adiados ou mudando de formato — como é o caso da Festa da Penha, que este ano será realizada de maneira virtual — e diversas outras mudanças estão acontecendo no cotidiano das pessoas.
Uma dessas mudanças de rotina pode ser observada em algumas empresas do estado, que começaram a adotar o trabalho remoto e em casa — o chamado home office. Foi o caso da multinacional onde trabalha o gestor de atendimento comercial Evandro Scopel. Ele e diversos colegas levaram o escritório para casa.
O computador que ele utiliza é da empresa, e é onde os funcionários batem o ponto e participam de videoconferências, no lugar de reuniões presenciais. Além disso, a empresa criou uma cartilha para quem está fora do local de trabalho, para orientar o trabalho de casa. Segundo Evandro, a rotina é diferente, mas tem metas e horários a cumprir.
“Isso traz algumas adaptações que a gente tem que fazer na nossa rotina, que é marcar as reuniões com antecedência, não dá para sair ligando para todo mundo sem muito planejamento. Como esse é o primeiro dia de home office, é o dia que a gente está ligando para todas as pessoas para saber se todos os equipamentos estão funcionando. A gente se planejou bem. Pode-se dizer que foi um sucesso hoje o início do dia, com 50% do quadro em home office”, afirmou.
Colega de trabalho de Evandro, o gestor operacional Luciano Falce também transformou a sala do apartamento em posto de atendimento. Ele conta que, antes de iniciar a rotina nova, foi preciso ter uma boa conversa com os filhos. “Tenho duas crianças pequenas e tive que conversar com eles para falar que ‘papai não está em casa de folga. Papai está trabalhando'”, afirmou.
Evandro acrescenta que é preciso disciplina para não descuidar dos compromissos com o trabalho, nem com a saúde. “É claro que é uma situação que foi gerada pela pandemia de coronavírus. Então o cuidado é com a saúde das pessoas nesse momento. Por isso que a gente se antecipou e está mantendo as pessoas que a gente pode em casa, justamente para evitar a disseminação da doença”, frisou.
A médica infectologista Martina Zanotti Valentim aprova a adoção dessa forma de trabalho. “Como a gente já tem transmissão local no nosso estado, o que pode ser evitado é o aglomerado de pessoas. Acho isso importante. E procurar fazer essas transmissões via internet. Eu acho que isso sim é bem válido”, opinou.
