Ficar em casa é uma das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dos governos, para evitar o contágio do Covid-19. A medida visa combater a propagação da doença.
A falta de movimentação no comércio é um problema para as empresas, que perdem, por tempo indeterminado, grande parte da clientela. Na contramão da crise, alguns empresários capixabas resolveram investir no serviço de entregas, para sentirem menos os efeitos financeiros do Coronavírus.
A Lorena Rodrigues Penha, gerente responsável por uma unidade que compõe uma rede de franquia de restaurantes de comida chinesa, disse que notou aumento nas vendas por delivery nos últimos dias. A loja não trabalha com salão, mas tem a opção de retirada do pedido pelo cliente, alternativa que foi suspensa pela franquia nos últimos dias, como medida de prevenção.
“A nossa rede trabalha com 80% das vendas por delivery. Já percebemos que o movimento aumentou um pouco nos últimos dias. Estamos seguindo todas recomendações da OMS, orientando os colaboradores e pedindo que os clientes colaborem, que retirem os pedidos na portaria e tenham os cuidados necessários”.
Questionada sobre a situação nos próximos dias, Lorena disse: “a gente pode vir a parar, se houver algum decreto, alguma determinação, podemos suspender as atividades, mas enquanto isso não ocorre, estamos mantendo o serviço de entrega, com os cuidados necessários e estamos orientando a população a ajudar”.
A gerente relatou que a loja está tendo certa dificuldade em relação ao fornecimento de produtos, que é feito por um fornecedor próprio da franquia, e também com outras mercadorias que eles compram de supermercados.
A Flavia De Angeli, dona de um bar localizado em Campo Grande, Cariacica, decidiu fechar as portas na última quarta-feira (18) e manter o serviço apenas por delivery. “Eu saí na rua e vi como tudo estava fechado. Achamos que iríamos demorar mais uns dias para fechar o bar, mas para proteger minha equipe, minha família e meus clientes, fechamos ontem, porque a nossa casa funciona em um espaço fechado”, relatou.
A maior preocupação da Flávia é a possível falta de abastecimento nos próximos dias. Por enquanto, segundo ela, todos os serviços que são oferecidos no estabelecimento, também são oferecidos pelo delivery. Segundo a proprietária, os donos de bares ainda sofrem as consequências da chuva de janeiro e fevereiro, que causou transtornos financeiros para a categoria, por isso esperam que o governo tome medidas que auxiliem os empresários neste momento.
“Achamos que iríamos demorar mais uns dias para fechar o bar, mas para proteger minha equipe, minha família e meus clientes, fechamos ontem, porque a nossa casa funciona em um espaço fechado”
“Esperamos que o governo apresente medidas pra nos ajudar. Precisamos de ajuda com as tarifas, os impostos, porque atualmente estamos trabalhando pra pagar a equipe e sobreviver. Toda pessoa que possui uma porta, espera atender de um (cliente) a mil”, disse a proprietária. Segundo Flávia, o bar já trabalha com delivery há anos e chega a fazer até 60% das vendas por entrega em determinados dias da semana.
A comerciante disse que vai reforçar, nos próximos dias, a venda por delivery, na tentativa de manter os clientes ativos.
Saindo do ramo alimentício, já conhecido por fazer serviços de entrega, outros segmentos também estão apostando no delivery para tentar alavancar as vendas. Uma loja de maquiagens e produtos de beleza de Campo Grande, também em Cariacica, tem usado as redes sociais para apresentar as peças aos clientes e entrega as mesmas em domicílio.
A Maryellen Agamenon de Souza, dona da loja, diz que o estabelecimento, que trabalha com venda de maquiagem e produtos capilares, já funcionava com esquema de delivery, mas começou a incentivar a venda por entrega desde a última semana, quando percebeu que a situação do Coronavírus estava se agravando no estado.
“Desde a última semana eu percebi que o movimento na loja estava mais fraco. Essa semana, postamos uma promoção diferenciada e o cliente não está pagando o frete das vendas. Tudo isso pra evitar que ele precise vir até a loja e conseguir manter as vendas”, disse a proprietária.
Maryellen também disse que a loja passou a funcionar em horário reduzido a partir desta quinta-feira (19). “A gente viu que tudo está sendo fechado, então também reduzimos o horário aqui, para a nossa segurança e a dos clientes também”. Mesmo com as promoções e com o reforço nas vendas por delivery, a empresária disse que já está percebendo uma queda nas vendas, por conta da falta de presença física na loja”.
A empresária disse que a loja permanece com as portas abertas, mantendo as medidas de segurança, mas pretende investir nas entregas nos próximos dias. “Enquanto puder, vamos manter as vendas por entrega, fazer umas promoções diferentes também, mas não sabemos o dia de amanhã, não sabemos se o motoboy vai poder continuar com as entregas também”, finalizou.