Economia

Empresários no ES reclamam de burocracia para conseguir socorro financeiro durante a pandemia

Governo do Estado anunciou, há cerca de dois meses, linhas de crédito que deveriam amenizar a situação do empreendedor durante a atual crise

Foto: Agência Brasil

Há quase dois meses foram anunciadas pelo Governo do Estado algumas linhas de crédito facilitado, para que as empresas possam suportar o momento difícil, com o comércio fechado há mais de 40 dias, em função da pandemia do novo coronavírus. Entretanto, até hoje muitos empreendedores e empresários continuam sem conseguir acesso ao dinheiro. Eles criticam o excesso de documentação e a falta de informação durante o processo de tomada dos financiamentos.

O microempresário Alessandro Audaz, que atua no ramo de cosméticos em Cariacica, conta que tem buscado financiamento para cobrir a folha de pagamento, mas disse que ficou surpreso com o que considera excesso de exigências por parte do Banestes.

“A gente se deparou com uma documentação muito complexa, muita informação, que um microempreendedor individual que não tem habilidades com internet, com informações precisas, vai preencher e não vai conseguir esse empréstimo, porque é muita burocracia. São mais de dez folhas para preencher”, reclamou.

Por um fundo de aval de R$ 100 milhões do Bandes, o Banestes disponibiliza duas linhas de crédito. A primeira, para quem é microempreendedor individual (MEI) ou autônomo, são oferecidos até R$ 5 mil por pessoa, com carência de seis meses e prazo de 24 meses para pagar, sem juros. 

A segunda linha é para microempresas e empresas de pequeno porte cobrirem a folha de pagamento. Nesse caso, é possível pegar até R$ 31,5 mil por empresa, com carência de seis meses e 48 meses para pagar, com juros de 3,75% ao ano.

O Banestes ainda não divulgou o número de pessoas e empresas, nem quanto em dinheiro já teria sido aprovado para empréstimo. Segundo o banco, as linhas de crédito ainda estão em fase de captação. As informações sobre o andamento dos processos serão divulgadas nos próximos dias, nos canais oficiais do banco na internet.

Já o comerciante Carlos Sardenberg, dono de uma loja de perfumes em Vitória, buscou uma terceira linha de crédito disponibilizada pelo Banestes, para empresas de médio porte, que também dá carência de seis meses e 48 meses de prazo, com juros a partir de 0,65% ao mês. 

Ele, no entanto, disse que não conseguiu cumprir os requisitos exigidos e agora busca empréstimo em um banco privado, onde vai pagar juros mais altos. “Já procurei outros bancos, outras linhas, para suprir a necessidade que eu não consegui com essa busca junto a essa linha do Bandes e do Banestes”, lamentou.

Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV